Qualidade de silagens de milho para gado leiteiro produzidas na Região Sul do Brasil quanto às micotoxinas

Autores

  • Marcelina Bottoni Horn
  • Rafael Luchtenberg
  • Maria Amélia Assunção
  • Silvio Alexandre Santos
  • Vildes Maria Scussel

DOI:

https://doi.org/10.22256/pubvet.v8n2.1664

Palavras-chave:

silagem, milho, aflatoxinas, fumonisinas, zearalenona, gado,  região sul, micotoxinas.

Resumo

A qualidade de silagens de milho (Zea mays L.), quanto a presença de micotoxinas de campo (fumonisinas - FBs e zearalenona - ZON) e de armazenagem (aflatoxinas - AFLs), fornecidas ao gado leiteiro da região Sul do Brasil foi avaliada no período de janeiro de 2010 à dezembro de 2012. As análises, em um total de 1006, 1077 e 1080 para FBs, ZON e AFLs foram realizadas pelo método imunoenzimático (ELISA) com LOQ de 500, 25 e 5 µg/kg, respectivamente. Dos dados obtidos foi possível observar que houve contaminação em diferentes amostras e que os níveis encontrados variaram tanto quanto a toxina avaliada quanto ao período do ano contudo, pouco foi sua variação nos estados que compreendem a região de clima temperado, em estudo. A toxina produzida por Fusarium graminearum, ZON, esteve presente com ampla variação entre os níveis de 28,2 e 1538 µg/kg com desvio padrão - DP & desvio padrão relativo - DPR% de 131,3 & 65,4%), independente da origem da amostra ou período de avaliação. Dessas amostras, 75,5 % estava acima do limite máximo tolerável (LMT) estabelecido no Uruguai (200 µg/kg) para cereais destinados a alimentação animal (embora não cite especificamente para silagem). Não há limite estabelecido no Brasil para ZON em ração. As FBs foram as toxinas que apresentaram menor porcentagem de amostras contaminadas (11,4 a 34,4%) entre os anos de estudo, sendo em 2011 o que apresentou níveis mais elevados. Contudo, todos abaixo do LMT dos Estados Unidos (30.000 µg/kg) e  7,3% acima do limite estabelecido pela Suiça (1.000 µg/kg). Não existem limites estabelecido para FBs no Brasil para alimentação animal. Quanto as AFLs, a porcentagem de amostras contaminadas com níveis superiores ao LMT brasileiro (Ministério da Agricultura - 50 µg/kg) foi de somente 11,6% (125) do total de 1080 silagens analisadas. Os níveis variaram ente as amostras positivas, com 9,7% (46-97 µg/kg), 11,3% (31-125,8 µg/kg) e 14,5% (48-105,4 µg/kg) para os estados de PR, RS e SC, respectivamente. Embora os níveis detectados para FBs tenham sido baixos, os de AFLs e ZON foram mais elevados, inclusive algumas amostras acima do LMT de diferentes paises. Portanto, existe a necessidade de adequação das práticas agricolas na produção da silagem para o gado leiteiro em suas diversas etapas (colheita / moagem da planta / fermentação / compactação & no tipo / tamanho / fechamento dos silos) bem como seu constante monitoramento, para evitar ou minimizar os eventuais danos econômicos. Esse é o primeiro trabalho relatando toxinas em silagem de clima temperado.

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Publicado

16-07-2015

Edição

Seção

Pastagem e forragicultura

Como Citar

1.
Marcelina Bottoni Horn, Luchtenberg R, Assunção MA, Santos SA, Scussel VM. Qualidade de silagens de milho para gado leiteiro produzidas na Região Sul do Brasil quanto às micotoxinas. Pubvet [Internet]. 16º de julho de 2015 [citado 22º de dezembro de 2024];8(02). Disponível em: https://ojs.pubvet.com.br/index.php/revista/article/view/1743