Bioética e bem-estar na gestação e no parto da fêmea bovina

Autores

  • Jackson Barros do Amaral Instituto de Zootecnia do Estado de São Paulo
  • Guilherme Trevisan Universidade Estadual Paulista

DOI:

https://doi.org/10.22256/PUBVET.V11N10.970-980

Palavras-chave:

ética , distocia, negligência, obstetrícia, prenhez, homeopatia,mastite,medicina alternativa,tratamento,vacas de leite

Resumo

Os procedimentos para inovações na exploração animal têm evoluído ao longo dos anos no mundo inteiro. Alguns deles vêm comprometendo os limites da ética, notadamente no uso dos animais de produção. Neste contexto, o cenário de controle social acerca do uso dos animais de produção começou a ser cada vez mais evidente. A bioética e a ciência do bem-estar vêm contribuindo na análise de todo processo de controle sobre a criação dos animais, abrindo caminho para a ideia de dignidade entre todas as formas de vida. Desta forma, merece ser digno de nota o crescimento da bovinocultura nacional. Cada dia que passa a demanda da cadeia de produção de carne e leite faz com que a exploração de bovinos seja mais intensa. Não há dúvidas que essa intensidade tenha proporcionado ganhos econômicos e sociais importantes, mas também tenha resultado em problemas quanto ao bem-estar animal e aos limites da ética. Acreditamos na possibilidade de desenvolvermos novas técnicas de criação que garantam bons índices de produtividade e alta qualidade dos produtos, sem comprometer o bem-estar dos animais. No sistema de criação o manejo da gestante e a assistência ao parto da fêmea bovina devem ser diferenciados, pelo fato da mesma está incluída numa categoria especial. Fundamentado neste contexto, este artigo tem o propósito de abordar as relações estabelecidas entre o homem e os bovinos, objetivando discutir o manejo da gestante e à assistência ao parto, da forma mais humanitária possível, considerando os aspectos éticos e de bem-estar.

Referências

Arthur, G. H. & Santos, O. R. F. 1979. Reprodução e obstetrícia em veterinária. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, Brasil.

Barbosa Filho, J. A. D. & Silva, I. J. O. 2004. Abate humanitário: ponto fundamental do bem-estar animal. Revista Nacional da Carne, 328, 36-44.

Barros, B. J. P. & Visintin, J. A. 2001. Controle ultra-sonográfico de gestações, de mortalidades embrionárias e fetais e do sexo de fetos bovinos zebuínos. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, 38, 74-79.

Bennett, R. 1998. Measuring public support for animal welfare legislation: A case study of cage egg production. Animal Welfare, 7, 1-10.

Bergamaschi, M. A. C. M., Vicente, W. R. R., Barbosa, R. T., Marques, J. A. & Freitas, A. R. 2002. Sincronização da ovulação em fêmeas Nelore, com associação de progestágenos, estrógenos e gonadotrofina sérica de égua prenhe. ARS Veterinaria, 18, 267-272.

Borges, M. C. B., Costa, J. N., Ferreria, M. M., Menezes, R. V. & Chalhoub, M. 2007. Caracterização das distocias atendidas no período de 1985 a 2003 na Clínica de Bovinos da Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, 7, 87-93.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Departamento de Inspeção Sanitária de Produtos de Origem Animal. Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Brasília: 1997.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria da defesa Agropecuária. Instrução Normativa nº 3, de 17 de janeiro de 2000. Aprova o Regulamento Técnico de Métodos de Insensibilização para o abate Humanitário de Animais de Açougue. Disponível em: http: www.agricultura.gov.br. Acesso em 23 de outubro de 2006.

Brem, G. 1990. Micromanipulación en embriones bovinos y sus posibles aplicaciones en producción animal. Argentina.

Caldas, S. A., Gabriel, A. M. A., Amorim, A. & Conceição, J. H. S. 2005. Intoxicação de bovinos por plantas no médio Paraíba, RJ. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, 27, 27-30.

Colli, W. 2011. Organismos transgênicos no Brasil: regular ou desregular? Revista USP, 148-173.

Cunningham, J. 2011. Tratado de fisiologia veterinária. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro.

Dawkins, M. S. 2017. Animal welfare and efficient farming: is conflict inevitable? Animal Production Science, 57, 201-208.

FAWC. 2009. Farm animal welfare in Great Britain: Past, present and future. Farm Animal Welfare Council, England.

Figueiredo, J. R. & Molento, C. F. M. 2008. Bioética e bem-estar animal aplicados as biotécnicas reprodutivas. In: Goçalves, P. H. D., Figueiredo, J. R. & Freitas, V. J. F. (eds.) Biotécnicas aplicadas a reprodução animal. Editora Roca, São Paulo.

Glass, C. A., Hutchinson, W. G. & Beattie, V. E. 2005. Measuring the value to the public of pig welfare improvements: a contingent valuation approach. Animal Welfare, 14, 61-69.

Goçalves, P. H. D., Figueiredo, J. R. & Freitas, V. J. F. 2008. Bioética e bem-estar animal aplicados as biotécnicas reprodutivas. Editora Roca, São Paulo.

Gonçalves, P. B. D., Figueiredo, J. R. & Figueiredo Freitas, V. J. 2008. Biotécnicas aplicadas à reprodução animal. Editora Roca.

Gray, K. R., Bondioli, K. R. & Betts, C. L. 1991. The commercial application of embryo splitting in beef cattle. Theriogenology, 35, 37-44.

Grunert, E., Birgel, E. H. & Vale, W. G. 2005. Patologia e clínica da reprodução dos animais mamíferos domésticos: ginecologia. Varela.

Hafez, B. & Hafez, E. 2004. Reprodução Animal. Manole: São Paulo, Brasil.

Haraguchi, M. 2003. Plantas tóxicas de interesse na pecuária. Biológico, São Paulo.

Hellebrekers, L. J. 2002. Dor em animais: uma abordagem com orientação prática para um controle eficaz da dor em animais. Manole, Barueri, São Paulo.

Huertas, S. M., Gallo, C. & Galindo, F. 2014. Drivers of animal welfare policy in the Americas. Revue Scientifique et Technique, 33, 67-76.

Knight, T. W., Lambert, M. G., Devantier, B. P. & Betteridge, K. 2001. Calf survival from embryo transfer-induced twinning in dairy-beef cows and the effects of synchronised calving. Animal Reproduction Science, 68, 1-12.

Marques, D. C. 1988. Criação de bovinos. Nobel, Belo Horizonte, Minas Gerais.

Mee, J. F. 2008. Prevalence and risk factors for dystocia in dairy cattle: A review. The Veterinary Journal, 176, 93-101.

Molento, C. F. M. 2005. Bem-estar e produção animal: Aspectos econômicos - Revisão. Archives of Veterinary Science, 10, 1-11.

Neves, J. P., Miranda, K. L. & Tortorella, R. D. 2010. Progresso científico em reprodução na primeira década do século XXI. Revista Brasileira de Zootecnia, 39, 414-421.

Paixão, R. L. 2005. É possível garantir bem-estar aos animais de produção. Revista Conselho Federal de Medicina Veterinária, 11, 66-73.

Paranhos da Costa, M. J. R. 2004. Comportamento e bem-estar de bovinos e suas relações com a produção de qualidade. Anais dos Simpósios da 41a Reunião da Sociedade Brasileira de Zootecnia. Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Patterson, D. J., Bellows, R. A., Burfening, P. J. & Carr, J. B. 1987. Occurrence of neonatal and postnatal mortality in range beef cattle. I. Calf loss incidence from birth to weaning, backward and breech presentations and effects of calf loss on subsequent pregnancy rate of dams. Theriogenology, 28, 557-571.

Pereira, E. S., Pimentel, P. G., Queiroz, A. C. & Mizubuti, I. Y. 2010. Novilhas leiteiras. Graphiti Gráfica e Editora Ltda, Fortaleza, Ceará.

Pierson, R. A. 1989. Applications of diagnostic ultrasonography in embryo transfer programs. Embryo Transfer, 4, 1-4.

Prestes, N. C. 2005. Produção in vitro de embriões bovinos–problemas e desafios–Visão obstétrica. Acta Scientiae Veterinariae, 33, 119-124.

Reichenbach, H. D., Liebrich, J., Berg, U. & Brem, G. 1992. Pregnancy rates and births after unilateral or bilateral transfer of bovine embryos produced in vitro. Journal of Reproduction and Fertility, 95, 363-370.

Silva Filho, A. P., Azevedo, C. N., Carneiro, G. F., Souto, R. J. C., Mendonça, C. L. & Afonso, J. A. B. 2014. Ocorrência e análise de fatores relacionados à distocias em vacas no Agreste Meridional de Pernambuco. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, 36, 317-321.

Tokarnia, C. H. & Döbereiner, J. 1967. Intoxicação experimental pela fava da “faveira”(Dimorphandra mollis Benth.) em bovinos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 2, 367-373.

Tokarnia, C. H., Döbereiner, J. & Canella, C. F. C. 1960. Estudo experimental sobre a toxidez do “canudo”(Ipomoea fistulosa Mart.) em ruminantes. Arquivo do Instituto Biológico de São Paulo, 3, 59-71.

Tokarnia, C. H. & Dobereiner, J. S. 1979. Plantas tóxicas da Amazonia a bovinos e outros herbívoros. Instituto de Pesquisas da Amazônia,, Manaus, Amazonas.

Tokarnia, C. H., Peixoto, P. V., Dobereiner, J., Consorte, L. B. & Gava, A. 1989. Tetrapterys spp.(Malpighiaceae), a causa de mortandades em bovinos caracterizadas por alteraçöes cardíacas. Pesquisa Veterinária Brasileira, 9, 23-44.

Tokarnia, C. H. J. V. P. 2000. Plantas tóxicas do Brasil. Helianthus, Rio de Janeiro, Brasil.

Toniollo, G. H. & Vicente, W. R. R. 2003. Manual de obstetrícia veterinária. Varela, São Paulo.

Downloads

Publicado

21-08-2017

Edição

Seção

Bem-estar e comportamento animal

Como Citar

Bioética e bem-estar na gestação e no parto da fêmea bovina. (2017). Pubvet, 11(10), 970-980. https://doi.org/10.22256/PUBVET.V11N10.970-980

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>