Avaliação parasitológica do pescado fresco comercializado no Sudeste do Pará

Autores

  • Raquel Lima Salgado

DOI:

Palavras-chave:

Amazônia, Anisakidae, Pará, helmintos, Brachyplatystoma rousseauxii, Cynoscion leiarchus, Cichla spp., Colossoma macropomum, Trypanorhyncha

Resumo

Os peixes são elementos fundamentais e insubstituíveis da dieta humana. No Brasil, a região Norte é a principal produtora de pescado, com destaque para o Estado do Pará que é o maior produtor brasileiro na pesca continental e tem na piscicultura a sua atividade aquícola mais importante, com uma diversidade de produtores desde o cultivo de subsistência à produção voltada para o comércio exterior. Apesar de sua importância para a saúde e economia local, o pescado comercializado no sudeste paraense ainda é pouco estudado quanto a sua fauna parasitológica de importância higiênico-sanitária. Neste contexto, o presente trabalho teve como o objetivo avaliar a diversidade da fauna parasitária de interesse em saúde pública de quatro das principais espécies pesqueiras do Sudeste do Pará: tambaqui, Colossoma macropomum; tucunaré, Cichla spp.; dourada, Brachyplatystoma rousseauxii; e pescada branca, Cynoscion leiarchus. Durante os meses de janeiro a dezembro de 2009, foram analisados 40 exemplares de cada espécie, adquiridos em feiras-livres do município de Parauapebas – PA/Brasil, totalizando 160 espécimes. Os peixes tiveram sua serosa abdominal e musculatura inspecionados quanto a presença de parasitos. Foram avaliadas a prevalência (P%), intensidade de infecção (I), intensidade média de infecção (IM) e abundância média (AM) dos parasitos encontrados. Nos 40 espécimes de tambaquis, Colossoma macropomum, analisados não foi registrada a presença de parasitismo. Dois gêneros de alto potencial zoonótico foram identificados em 11 exemplares de tucunaré, Cichla spp. Sete espécimes encontravam-se parasitados por Contracaecum spp. (P% 17,5; IM 1,7; AM 0,275) e cinco por Clinostomum complanatum (P% 12,5; IM 2,5; AM 0,92). Dois dos 11 exemplares encontravam-se parasitados por ambos os gêneros. Dos 40 espécimes de dourada, Brachyplatystoma rousseauxii, analisados, seis encontravam-se parasitados por Anisakis spp. (P% = 15; IM = 12; AM = 1,8), um por Poecilancistrium caryophyllum (P% = 2,5; I = 1; A = 0,02) e um por Pterobothrium heteracanthum (P% = 2,5; I = 1; A = 0,02). Foram identificadas duas diferentes espécies de parasitos em 15 dos 40 espécimes de pescada branca, Cynoscion leiarchus, analisados. Nematóides do gênero Anisakis spp. foram observados parasitando 15 exemplares (P% = 37,5%), com I variando entre três e 42 parasitos por peixe; IM de 18,06; e AM de 6,77. Três exemplares apresentaram parasitismo múltiplo, por Anisakis spp. e Poecilancistrium caryophyllum (P% = 7,5%), com intensidade de infecção variando entre um e dois parasitos por peixe; intensidade média de infecção de 1,3; e abundância média de 0,1. A alta prevalência de parasitos com potencial zoonótico e aspecto repugnante em peixes frescos comercializados nas feiras nos municípios sudeste do Pará representa um grave risco à saúde humana e à economia local. Campanhas de educação sanitária e a capacitação dos fiscais sanitários municipais podem minimizar esse risco. Maiores estudos devem ser realizados com o pescado comercializado no sudeste do Pará.

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Publicado

08-09-2015

Edição

Seção

Medicina veterinária

Como Citar

1.
Salgado RL. Avaliação parasitológica do pescado fresco comercializado no Sudeste do Pará. Pubvet [Internet]. 8º de setembro de 2015 [citado 23º de dezembro de 2024];5(01). Disponível em: https://ojs.pubvet.com.br/index.php/revista/article/view/2415

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