Suplementação de fêmeas bovinas em pastejo: aspectos nutricionais e reprodutivos

Resumo

O Brasil possui uma cadeia produtiva de bovinos baseada na produção a pasto, o que a torna de baixo custo, porém com uma baixa margem de lucro. Por isso tem passado por uma série de mudanças devida a competição com outras cadeias produtivas de proteína animal, como, suínos e aves e também com a agricultura que avança rapidamente em áreas que até então eram ocupadas para exploração pecuária. Dessa forma com um cenário de rentabilidade baixa e alta competição é preciso buscar alternativas que permita sua sobrevivência e lucratividade. Mesmo com o maior rebanho comercial do mundo, a pecuária brasileira apresenta índices zootécnicos abaixo do real potencial, principalmente pela baixa eficiência reprodutiva das fêmeas do rebanho. Para que a atividade se torne sustentável é importante a inserção de tecnologias que permitam explorar ao máximo a capacidade produtiva desses animais. Recentemente muito tem se estudado a respeito de suplementação de fêmeas em pastejo, que se mostra como uma alternativa indispensável seja na fase de cria ou recria visto que a ingestão adequada de nutrientes é fundamental para o desenvolvimento reprodutivo nos bovinos. O sistema de manejo extensivo do Zebu que é utilizado na maioria das propriedades no Brasil é a principal causa de puberdade tardia desses animais, que irá interferir na idade que entraram em estação de monta e idade ao primeiro parto. Também durante a gestação o aporte nutricional adequado é de suma importância, evidências demonstram que o desenvolvimento do músculo esquelético e deposição de tecido adiposo do feto podem ser alterados em casos de subnutrição, com efeitos em longo prazo sobre seu desempenho na vida adulta. Objetivou-se com este trabalho destacar alguns aspectos que comprovam a influência da nutrição na fisiologia reprodutiva de fêmeas em pastejo recebendo suplementação.