Utilização de laser de baixa potência como adjuvante no tratamento de ferida por mordedura em um cão
Relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v18n11e1681Palavras-chave:
Biomodulação, cicatrização, estomaterapia, lesãoResumo
Feridas são distúrbios estruturais na pele que podem causar perda na estrutura tecidual corpórea. Existem diferentes classificações de feridas, como abertas e fechadas, agudas ou crônicas. Feridas agudas cicatrizam-se espontaneamente em até seis semanas, enquanto feridas crônicas têm cicatrização retardada, podendo durar mais de doze semanas devido à inflamação prolongada. O tratamento de feridas é desafiador, especialmente em animais, devido à exposição a locais sujos e à falta de conscientização do tutor. A laserterapia tem sido usada para acelerar a cicatrização de feridas desde 1967, promovendo controle da dor, redução da inflamação e modulação do sistema imunológico. O processo de cicatrização cutânea envolve interações celulares e pode ser dividido em fases, como inflamatória, proliferativa e remodelação. Acredita-se que a laserterapia funcione aumentando a produção de ATP nas mitocôndrias celulares, causando biomodulação e estimulando ou inibindo atividades fisiológicas, bioquímicas ou proliferativas. Fatores como refração de raios e tipos de tecidos influenciam a penetração do laser no tecido, sendo necessário um posicionamento preciso para garantir a eficácia do tratamento. Com base nisso, o presente trabalho visa contribuir com os conhecimentos sobre a laserterapia utilizado para cicatrização de feridas, relatando o caso de um cão apresentando ferida por laceração em membro pélvico.
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