Tratamento cirúrgico de hérnia inguinal em cadela
Relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v18n10e1666Palavras-chave:
Cadelas, encarceramento herniário, hérnia inguinal, herniorrafiaResumo
A hérnia inguinal é uma condição comum em cães, caracterizada pela protrusão de tecidos abdominais através da parede abdominal na região inguinal. Pode ser congênita ou adquirida, sendo essa última mais frequente em fêmeas não castradas de raças pequenas. O sinal clínico mais característico é a presença de uma massa palpável na região inguinal, que pode aumentar de tamanho com o esforço físico. O diagnóstico geralmente é feito por meio de exame físico e pode ser confirmado por exames de imagem, sendo importante diferenciar de neoplasias mamárias que também podem se manifestar na região. O tratamento definitivo é cirúrgico, envolvendo a redução da hérnia e fechamento da abertura na parede abdominal. Este relato descreve o caso de uma cadela de treze anos, pinscher, não castrada, que foi consultada devido a presença de neoplasias em várias mamas, inclusive na mama inguinal e uma neoformação pediculada em região vulvar. A paciente foi encaminhada para o setor cirúrgico, constatando que, além das neoplasias mamárias, ela apresentava uma hérnia inguinal de aproximadamente sete centímetros de diâmetro com protrusão de tecidos abdominais. Durante o procedimento cirúrgico, foi identificada a presença de baço e útero com piometra encarcerados na hérnia inguinal. Foi realizado o reposicionamento das estruturas abdominais, seguido de ovariohisterectomia, herniorrafia e nodulectomia da neoformação na região vulvar. A paciente apresentou uma boa recuperação, com prognóstico favorável, sendo recomendada a realização de mastectomia após 15 dias. O prognóstico da hérnia inguinal é geralmente favorável com intervenção cirúrgica adequada, porém, complicações como o estrangulamento herniário requerem diagnóstico e tratamento precoce.
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