Diagnóstico de lúpus eritematoso discóide em cão
Relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v18n08e1645Palavras-chave:
Lúpus, doença auto-imune, dermatologia, histopatológicoResumo
Na medicina veterinária um dos maiores desafios da clínica de pequenos são as doenças autoimunes raras, porém com destaque nos atendimentos de dermatologia, em virtude da complexidade e da falta de respostas aos tratamentos de pele convencionais. O complexo lúpus eritematoso é uma dessas enfermidades que além de acometerem humanos, são frequentemente diagnosticados em cães, e dentre suas diversas classificações destacam-se os lúpus eritematoso sistêmico e o lúpus eritematoso discóide que alguns autores acreditam ser uma variação benigna do sistêmico. O presente trabalho teve por finalidade fazer o relato de caso de um cão SRD, nove anos, resgatado e mantido em uma clínica veterinária desde sua adoção ainda filhote. Durante os últimos anos, apresentou manifestações dermatológicas diversas, sendo atendido por vários clínicos com diferentes tratamentos empíricos sem êxito nas respostas terapêuticas e sendo então, encaminhado ao especialista em dermatologia na busca de diagnóstico. Nessa fase os sinais clínicos eram apatia, perda de peso, lesões eritematosas, ulceradas e crostosas faciais especialmente periocular, prurido moderado e perda de aspecto de calçamento português do plano nasal. Após triagem de causa de base com exame citológico houve direcionamento para três diagnósticos diferenciais: lúpus, dermatite isquêmica ou dermato miosite, sendo necessária a realização de biópsia para exame Histopatológico para definição de causa. O diagnóstico foi então obtido pela histopatologia como: dermatite liquenoide linfoplasmocitário associado a edema e apoptose de queratinócitos, padrão compatível com lúpus eritematoso discóide. Demonstrando que a escolha assertiva dos métodos diagnósticos, foi fundamental para a instituição do correto tratamento e remissão da doença.
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