Hérnia diafragmática peritônio-pericárdica em gato

Relato de caso

Resumo

A hérnia diafragmática peritônio-pericárdica (HDPP) é uma condição de ocorrência rara em cães e gatos, sendo mais prevalente em felinos. Estudos mostram que a raça Persa é particularmente predisposta à essa condição, sugerindo uma predisposição genética. A HDPP é geralmente uma anomalia congênita, não estando associada a traumas em pequenos animais. Os órgãos mais comumente herniados incluem o fígado e as alças intestinais, devido à sua proximidade com o diafragma. O diagnóstico da HDPP geralmente envolve uma combinação de métodos de imagem, como radiografia, ecocardiografia e ultrassonografia abdominal. A correção cirúrgica é recomendada em casos de manifestações clínicas evidentes, bem como em herniações de órgãos vitais, como alças intestinais ou estômago. Entretanto, em casos em que a hérnia é um achado incidental e o paciente está clinicamente estável, a cirurgia pode ser evitada devido aos riscos associados ao procedimento. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um gato, da raça Persa, de cinco anos de idade, que não apresentava manifestações clínicas e foi diagnosticado com hérnia diafragmática peritônio-cardíaca. Durante o atendimento, o animal apresentou dispneia, sendo este um episódio já ocorrido anteriormente segundo a tutora. Foi solicitado uma radiografia, um ecodopplercardiograma e ultrassonografia abdominal. Foi notado um aumento significativo da silhueta cardíaca e presença de tecido hepático dentro do saco pericárdico, confirmando diagnóstico de HDPP. Devido à idade do animal, o órgão herniado e a presença de apenas um sinal clínico esporádico, o tratamento cirúrgico não foi recomendado inicialmente. A tutora optou por não realizar a cirurgia e foi prescrita uma dieta específica para auxiliar no processo de perda de peso e evitar episódios de dispneia. O animal viveu até os nove anos de idade, quando faleceu devido a doença renal crônica não relacionada à HDPP.