Doxorrubicina no tratamento de adenocarcinoma de glândula salivar

Resumo

Neoplasias que acometem as glândulas salivares de cães e gatos são extremamente raras, não sendo reportadas predileção por raça ou sexo. Os sinais clínicos incluem o aumento de volume local como achado mais frequente, e manifestações em consequência desse aumento. O diagnóstico definitivo se dá através do exame histopatológico, porém a citologia aspirativa por agulha fina se mostra um bom exame de triagem diagnóstica. Exames de imagem como radiografia, ultrassonografia e tomografia computadorizada podem auxiliar no estadiamento e planejamento terapêutico. O tratamento mais indicado é a ressecção cirúrgica total, que nem sempre é viável, sendo nestes casos a radioterapia a terapia preconizada. Estudos com quimioterapia são muito raros nesse tipo de afecção neoplásica. O objetivo do relato foi reportar o caso de um canino de treze anos de idade, com presença de massa irregular, firme, parcialmente aderida, medindo aproximadamente 8,5 x 7,6 x 4,0 cm, em região submandibular e evolução de 4 meses, ja com diagnóstico histopatológico de carcinoma de glândula salivar após biopsia excisional. Foram realizados exames de ultrassonografia cervical, abdominal e radiografia torácica para investigação geral e avaliação da viabilidade cirúrgica. Nova cirurgia foi realizada, porém sem informações acerca de margens de segurança por exame histopatológico, sendo preconizada a quimioterapia adjuvante com a combinação da doxorrubicina e ciclofosfamida. O animal veio a óbito após quatro sessões manifestando sinais de recidiva tumoral. Dados em literatura relacionados ao tratamento quimioterápico para neoplasias de glândulas salivares ainda são escassos e novos estudos são necessários.