Sobrevivência e perfil de resistência a antimicrobianos de isolados de Salmonella sp. em dejeto suíno armazenado

Autores

  • Verônica Schmidt UFRGS
  • Amanda Dias de Oliveira UFRGD
  • Melanie Alice Machado Mansson UFRGS
  • Tatiana Regina Vieira UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.31533/pubvet.v14n9a655.1-7

Palavras-chave:

Salmonella sp., dejeto suíno armazenado, resistência antimicrobiana

Resumo

Este estudo teve como objetivos determinar a sobrevivência e o perfil de resistência a antimicrobianos de amostras de Salmonella sp. isoladas de seis sistemas de armazenamento de dejetos suínos. Determinou-se o perfil de resistência a antimicrobianos de isolados de Salmonella sp. provenientes de esterqueiras com capacidade de armazenamento de dejetos suínos por um período mínimo de 120 dias. Das 63 amostras de dejetos analisadas, isolou-se Salmonella sp. de apenas nove (14,28%), sendo identificados os sorovares Typhimurium (79,4%), Panama (11,8%) e Derby (5,9%) e um isolado (2,9%) caracterizado como S. Salmonella sp., dejeto suíno armazenado, resistência antimicrobiana. Determinou-se presença de salmonelas nos seis sistemas em pelo menos uma amostragem, sendo que o maior número de isolamentos ocorreu aos 120 dias de armazenamento. O perfil de resistência a antimicrobianos demonstrou-se variável, sendo que todas as amostras foram sensíveis a amicacina, gentamicina, amoxicilina, neomicina e ciprofloxacina. A resistência a 4 ou mais antimicrobianos esteve presente em 20,6% dos isolados. Verificou-se maior percentual de resistência após 120 dias de armazenamento no sistema e o índice de multirresitência a antimicrobianos (MAR) total foi de 0,2. O papel que o tratamento de dejetos exerce no nível de resistência de bactérias habitantes do trato gastrintestinal ainda é controverso. Enquanto alguns estudos apontam para um efeito benéfico, representado pela redução do nível de resistência das amostras durante o tratamento, outros afirmam que a passagem pelos sistemas propiciaria a troca de genes entre linhagens bacterianas resultando no aumento da multirresistência. Tal fato foi observado no presente estudo tendo em vista que índice MAR acima de 0,2 é considerado de risco, uma vez que estes microrganismos poderiam agir como reservatórios de genes de resistência para outras bactérias, inclusive aquelas em contato com a população humana. Com base nos resultados, concluiu-se que amostras de salmonelas sobrevivem após 120 dias de armazenamento do dejeto suíno, sendo observada tendência ao aumento no perfil de resistência após este período.

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Publicado

18-09-2020

Edição

Seção

Medicina veterinária

Como Citar

1.
Schmidt V, Oliveira AD de, Mansson MAM, Vieira TR. Sobrevivência e perfil de resistência a antimicrobianos de isolados de Salmonella sp. em dejeto suíno armazenado. Pubvet [Internet]. 18º de setembro de 2020 [citado 25º de dezembro de 2024];14(09). Disponível em: https://ojs.pubvet.com.br/index.php/revista/article/view/371