Estabilização pré-anestésica no paciente em sepse
Revisão
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v18n04e1583Palavras-chave:
Anestesia, estabilização, sepseResumo
A sepse é uma disfunção orgânica de relevância significativa no índice de hospitalizações e óbitos em clínicas e hospitais veterinários. Os pacientes podem chegar em estado de choque, apresentando sérias alterações sistêmicas, tais como hipotensão, hipovolemia, hipoperfusão tecidual, acidose metabólica, entre outros distúrbios que podem comprometer a vida do animal durante um procedimento anestésico e cirúrgico. A realização de procedimentos cirúrgicos em cães e gatos com sepse requer uma abordagem meticulosa, adaptada às condições individuais de cada paciente, onde a manutenção da perfusão e oxigenação tecidual é de grande importância. Sendo assim, para o manejo da hipotensão, preconiza-se a reposição volêmica com cristaloides. Caso não haja responsividade, é indicado o uso de vasoativos, tais como norepinefrina, adrenalina, dobutamina e vasopressina. Além disso, o uso de corticoides, como a hidrocortisona, é recomendado em casos de hipotensão refratária à fluidoterapia e vasopressores. O propósito desta revisão de literatura é realizar uma análise sucinta da sepse, destacando as principais medidas para a estabilização de pacientes sépticos no período pré-anestésico. O foco central reside na discussão da abordagem utilizada para a estabilização hemodinâmica antes da entrada do paciente na sala cirúrgica. Uma compreensão mais aprofundada das considerações anestésicas em casos de sepse pode resultar em uma gestão mais eficiente e menos arriscada desses pacientes, com potencial impacto positivo no bem-estar desses indivíduos em tais condições.
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