Anestesia multimodal com infusão de dexmedetomidina em cadela

Relato de caso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31533/pubvet.v18n01e1527

Palavras-chave:

Alfa 2 agonista, cães, infusão, ovariosalpingohisterectomia

Resumo

O objetivo deste trabalho foi relatar o procedimento anestésico multimodal com infusão de dexmedetomidina realizado em uma cadela, SRD, 10 meses, para a cirurgia de ovariosalpingohisterectomia (OSH). Como protocolo de mediação pré-anestésica foram utilizadas, dexmedetomidina 2 mcg/kg/IM, cetamina 1 mg/kg/IM e metadona 0,1 mg/kg/IM. Após 10 minutos a paciente foi conduzida ao centro cirúrgico já com acesso intravenoso no qual foi realizada a indução com propofol 3mg/kg/IV e mantida com infusão de dexmedetomidina na dose de 0,5mcg/kg/min e na anestesia inalatória com isoflurano no vaporizador universal. Durante todo o procedimento os parâmetros avaliados foram frequência cardíaca, pressão sistólica, frequência respiratória, saturação de oxigênio no sangue periférico, pressão parcial de gás carbônico ao final da expiração, glicemia e temperatura. A avaliação foi realizada a cada 5 minutos, com exceção da glicemia que foi avaliada em quatro momentos diferentes, sendo eles pré-anestésico, trans cirúrgico e pós-operatório imediato. Os efeitos indesejados da dexmedetomidina é dose dependente, as alterações nos parâmetros fisiológicos aferidas durante o procedimento foram mínimas e foi constatado um ótimo relaxamento abdominal durante o procedimento além de uma excelente analgesia no trans e pós-cirúrgico. Sendo assim, a infusão de dexmedetomidina na dose utilizada (0,5mcg/kg/min) pode ser uma ferramenta segura no procedimento anestésico, além de promover uma rápida recuperação e uma analgesia eficiente no pós-operatório.

Referências

Afonso, J., & Reis, F. (2012). Dexmedetomidina: rol actual en anestesia y cuidados intensivos. Revista Brasileira de Anestesiologia, 62(1), 125–133. https://doi.org/10.1590/S0034-70942012000100015.

Alves, T. C. A., Braz, J. R. C., & Vianna, P. T. G. (2000). Alfa 2-agonistas em Anestesiologia: aspectos clínicos e farmacológicos. Brazilian Journal of Anesthesiology, 50(5), 396–404.

Bloor, B. C., Frankland, M., Alper, G., Raybould, D., Weitz, J., & Shurtliff, M. (1992). Hemodynamic and sedative effects of dexmedetomidine in dog. Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics, 263(2), 690–697.

Braz, L. G., Braz, J. R. C., Castiglia, Y. M. M., Vianna, P. T. G., Vane, L. A., Módolo, N. S. P., Nascimento Júnior, P., Silva, A. L., & Kinsky, M. P. (2008). Dexmedetomidine alters the cardiovascular response during infra-renal aortic cross-clamping in sevoflurane-anesthetized dogs. Journal of Investigative Surgery, 21(6), 360–368. https://doi.org/10.1080/08941930802440803.

Bylund, D. B. (1985). Heterogeneity of alpha-2 adrenergic receptors. Pharmacology Biochemistry and Behavior, 22(5), 835–843. https://doi.org/10.1016/0091-3057(85)90536-2.

Cabala, R. W., Silva, E. B., & Clark, R. M. O. (2016). Avaliação cardiorrespiratória, qualidade de indução e intubação orotraqueal com o uso de coadjuvantes na indução anestésica com propofol em cães. Brazilian Journal of Veterinary Medicine, 38(1), 39–44.

Canfrán, S., Bustamante, R., González, P., Cediel, R., Re, M., & Segura, I. A. G. (2016). Comparison of sedation scores and propofol induction doses in dogs after intramuscular administration of dexmedetomidine alone or in combination with methadone, midazolam, or methadone plus midazolam. The Veterinary Journal, 210, 56–60. https://doi.org/10.1016/j.tvjl.2016.01.015.

Comassetto, F. (2019). Efeitos analgésicos e hemodinâmicos de diferentes infusões contínuas em cadelas submetidas a mastectomia unilateral total. Universidade do Estado de Santa Catarina.

Congdon, J. M., Marquez, M., Niyom, S., & Boscan, P. (2013). Cardiovascular, respiratory, electrolyte and acid–base balance during continuous dexmedetomidine infusion in anesthetized dogs. Veterinary Anaesthesia and Analgesia, 40(5), 464–471. https://doi.org/10.1111/vaa.12036.

Curtis, F. G., Castiglia, Y. M. M., Stolf, A. A., Ronzella, E., Vanni, S. M. D., & Nascimento Júnior, P. (2002). Dexmedetomidina e sufentanil como analgésicos per-operatórios: Estudo comparativo. Revista Brasileira de Anestesiologia, 52, 525–534. https://doi.org/10.1590/S0034-70942002000500002.

Cury, L. P., & Gomes, D. E. (2020). Uso da dexmedetomdina na medicina veterinária. Revista Científica Unilago, 1(1), 1–8.

Diao, H.-X., Jiang, S., Gao, P.-Y., Liu, H.-Y., Li, J.-N., & Fan, H.-G. (2016). Comparison of the effects of propofol and emulsified isoflurane alone or combined with dexmedetomidine on induction of anesthesia in dogs. Veterinary Anaesthesia and Analgesia, 43(2), 145–152. https://doi.org/10.1111/vaa.12287.

Ebert, T. J., Hall, J. E., Barney, J. A., Uhrich, T. D., & Colinco, M. D. (2000). The effects of increasing plasma concentrations of dexmedetomidine in humans. The Journal of the American Society of Anesthesiologists, 93(2), 382–394. https://doi.org/10.1097/00000542-200008000-00016.

Fantoni, D. T., & Cortopassi, S. R. G. (2009). Anestesia em cães e gatos. Roca.

Gertler, R., Brown, H. C., Mitchell, D. H., & Silvius, E. N. (2001). Dexmedetomidine: a novel sedative-analgesic agent. Baylor University Medical Center Proceedings, 14(1), 13–21.

Grimm, K. A., Lamont, L. A., Tranquilli, W. J., Greene, S. A., & Robertson, S. A. (2015). Veterinary anesthesia and analgesia. John Wiley & Sons.

Lemke, K. A., Tranquilli, W. J., Thurmon, J. C., Benson, G. J., & Olson, W. A. (1993). Hemodynamic Effects of Atropine and Glycopyrrolate in Isoflurane‐Xylazine‐Anesthetlzed Dogs. Veterinary Surgery, 22(2), 163–169. https://doi.org/10.1111/j.1532-950x.1993.tb01693.x.

Lumb, W. V, Jones, E. W., Téllez, E., & Retana, R. (1979). Anestesia veterinaria. Continental.

Massone, F. (2017). Anestesiologia veterinária. In Farmacologia e técnicas. Guanabara Koogan.

Muir, W. W., & Hubbell, J. A. E. (2001). Manual de anestesia veterinária. Artmed Editora.

Oliveira, L. C. C., Comassetto, F., Costa, Á., & Kaneko, V. M. (2022). Influência da administração de dexmedetomidina no requerimento de propofol para a indução da anestesia. PUBVET, 16(10), 1–7. https://doi.org/10.31533/pubvet.v16n10a1244.1-7.

Oliver, M. F., Goldman, L., Julian, D. G., & Holme, I. (1999). Effect of mivazerol on perioperative cardiac complications during non-cardiac surgery in patients with coronary heart disease: the European Mivazerol Trial (EMIT). The Journal of the American Society of Anesthesiologists, 91(4), 951–961. https://doi.org/10.1097/00000542-199910000-00014.

Ortega, M., & Cruz, I. (2011). Evaluation of a constant rate infusion of lidocaine for balanced anesthesia in dogs undergoing surgery. The Canadian Veterinary Journal, 52(8), 856. https://doi.org/PMC3135028.

Paddleford, R. R., & Harvey, R. C. (1999). Alpha2 agonists and antagonists. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, 29(3), 737–745.

Pascoe, P. J. (2015). The cardiopulmonary effects of dexmedetomidine infusions in dogs during isoflurane anesthesia. Veterinary Anaesthesia and Analgesia, 42(4), 360–368. https://doi.org/10.1111/vaa.12220.

Pypendop, B. H., Escobar, A., Siao, K. T., Stanley, S. D., & Ilkiw, J. E. (2013). Effect of dexmedetomidine on its clearance: a pharmacokinetic model. Journal of Veterinary Pharmacology and Therapeutics, 36(1), 89–91. https://doi.org/10.1111/j.1365-2885.2012.01383.x.

Pypendop, B. H., & Verstegen, J. P. (2001). Cardiovascular effects of romifidine in dogs. American Journal of Veterinary Research, 62(4), 490–495. https://doi.org/10.2460/ajvr.2001.62.490.

Raszplewicz, J., MacFarlane, P., & West, E. (2013). Comparison of sedation scores and propofol induction doses in dogs after intramuscular premedication with butorphanol and either dexmedetomidine or medetomidine. Veterinary Anaesthesia and Analgesia, 40(6), 584–589. https://doi.org/10.1016/j.tvjl.2016.01.015.

Silva, F. C., Hatsschbach, E., Carvalho, Y. K., Mintol, B. W., Massone, F., & Nascimento Júnior, P. (2010). Avaliação hemodinâmica e do índice bispectral (BIS) de cadela anestesiadas com midazolam e cetamina associados à medetomidina ou dexmedetomidina e submetidos a ovário-salpingo-histeectomia. Acta Cirúrgica Brasileira, 25(2), 181–189.

Sinclair, M. D., McDonell, W. N., O’Grady, M., & Pettifer, G. (2002). The cardiopulmonary effects of romifidine in dogs with and without prior or concurrent administration of glycopyrrolate. Veterinary Anaesthesia and Analgesia, 29(1), 1–13. https://doi.org/10.1046/j.1467-2987.2001.00056.x.

Souza, M. F., Peixoto, A. J. R., Corrêa, C. G., Fernandes, M. E. S. L., Oliveira, J., Gomes, V. H., Coelho, C. M. M., & Silva, M. F. A. (2022). Midazolam ou fentanil para co-indução de anestesia com propofol em cadelas pré-medicadas com acepromazina-morfina. PUBVET, 16(9), 1–7. https://doi.org/10.31533/pubvet.v16n09a1216.1-7.

Tranquilli, W. J., Thurmon, J. C., & Grimm, K. A. (2013). Lumb and Jones’ veterinary anesthesia and analgesia. John Wiley & Sons.

Valverde, A. (2010). Alpha-2 agonists as pain therapy in horses. Veterinary Clinics: Equine Practice, 26(3), 515–532. https://doi.org/10.1016/j.cveq.2010.07.003.

Vickery, R. G., Sheridan, B. C., Segal, I. S., & Maze, M. (1988). Anesthetic and hemodynamic effects of the stereoisomers of medetomidine, an α2-adrenergic agonist, in halothane-anesthetized dogs. Anesthesia & Analgesia, 67(7), 611–615.

Downloads

Publicado

14-12-2023

Edição

Seção

Medicina veterinária

Como Citar

Anestesia multimodal com infusão de dexmedetomidina em cadela: Relato de caso. (2023). Pubvet, 18(01), e1527. https://doi.org/10.31533/pubvet.v18n01e1527