Ceratoconjuntivite seca e melanose corneal em cão: Relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v16n11a1265.1-5Palavras-chave:
Cão, ceratoconjuntivite seca, córneaResumo
A ceratoconjuntivite seca, também conhecida como olho seco, é uma doença de rotina clínica na oftalmologia veterinária; é caracterizada pela diminuição da parte aquosa do filme lacrimal e por complicações da saúde ocular devido ao ressecamento da córnea. A ceratoconjuntivite seca é uma afecção sem cura, mas existem tratamentos de acordo com o quadro, que pode ser agudo, intermediário ou crônico. O diagnóstico precoce com tratamento adequado colabora para um prognóstico favorável. O presente estudo relata um caso de ceratoconjuntivite seca em cão da raça Pug, macho, três anos, que apresentava secreção mucopurulenta bilateral e opacidade da córnea. No exame ocular, foram observadas hiperpigmentação da córnea e opacidade corneal bilateral, cílios ectópicos bilaterais, sem a presença de prurido, incômodo ou deficiência visual. Para o diagnóstico, foi utilizado o teste com colírio a base de fluoresceína para avaliar a integridade do epitélio córneo-conjuntival, a tonometria, exame que avalia a pressão intraocular, e o teste de Schirmer bilateral, que tem como objetivo avaliar a produção lacrimal. Após os resultados, o cão foi diagnosticado com ceratoconjuntivite seca e melanose corneal. Como tratamento, foi instituída terapia tópica com pomada de tacrolimus a 0,04%, aplicada sobre as pálpebras uma vez ao dia por 6 meses. Foi observada uma resposta significativa na produção lagrimal e a melanose foi estabilizada e reduzida com o tratamento tópico, não sendo necessária intervenção cirúrgica.
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