Retroviral Lentivírus: infectividade, transmissão, diagnóstico da Anemia Infecciosa Equina e os desafios da retrovirologia para o novo milênio

Autores

  • Paulo Reis de Carvalho
  • Helvécio Mosetto
  • Eliana Monteforte Cassaro Villalobos
  • Luiz Florencio Franco Margatho

DOI:

https://doi.org/10.22256/pubvet.v5n28.1181

Palavras-chave:

retrovírus, equídeos, Tabanidae, mosca do cavalo, transmissão mecânica, IDGA

Resumo

Desde a primeira citação em eqüídeo em 1843 na França até os dias atuais, o Lentivírus (família Retroviridae), RNA fita simples continua desafiando os alicerces do conhecimento científico em virologia quanto às estratégias de prevenção ou imunização vacinal. A AIDS do cavalo, denominação esta em face de seu parentesco com o Lentivirus do mesmo grupo da Imunodeficiência Adquirida Humana (HIV ou AIDS humana) uma vez em contato com a célula assume seu comando genético e a partir do RNA replica-se às custas da célula hospedeira do sistema reticulo endotelial através da síntese de proteína para novos virions. Frente este cenário, em medicina veterinária a prática adotada em relação aos equídeos sororeagentes para Anemia Infecciosa Equina é o sacrifício. Um total de 40.500 soros de equídeos foram processados no Laboratório de Patologia Animal da APTA-Bauru, originados de 225 municípios e 21.608 diferentes estabelecimentos. Nesta pesquisa, foi realizado o diagnóstico visando o sacrifício de animais positivos e eliminação de foco, estudando-se através da prova de Coggins modificada por Nakajima, detectando-se 0.19% de prevalência total e 0.13% para machos versus 0.21% para fêmeas no período abrangido de 1984 a 2011. As principais alterações observadas foram em relação aos sistemas imune e hematológico, visto que na gênese da anemia, há intensa eritrofagocitose em animais doentes. Os principais achados anatomopatológicos foram reticuloendoteliose e icterícia generalizada dos órgãos. Além da transmissão vertical, a horizontal através de utensílios (objetos perfurantes ou cortantes), os vetores Diptera sugadores de sangue Tabanus sp e Stomoxys calcitrans, foram os principais responsáveis pela transmissão mecânica, sendo freqüentemente encontrados nas criações de eqüídeos com intensa proliferação nos meses mais quentes e de maior precipitação pluviométrica (Setembro a Março) do ano. Quanto à prevenção, neste estudo, revisando a literatura há menção de vacinas vivas atenuadas contra Lentivírus, sendo citada uma vacina de procedência chinesa, usada em focos da doença na China. Entretanto, não tem reconhecimento oficial, bem como vários autores atestaram a inexistência de comprovação da sua eficácia para uso em outros países e confundimento no diagnóstico sorológico, impossibilitando a distinção entre animais sadios e doentes a partir do uso desta.

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Publicado

16-09-2015

Edição

Seção

Medicina veterinária

Como Citar

1.
Carvalho PR de, Mosetto H, Villalobos EMC, Margatho LFF. Retroviral Lentivírus: infectividade, transmissão, diagnóstico da Anemia Infecciosa Equina e os desafios da retrovirologia para o novo milênio. Pubvet [Internet]. 16º de setembro de 2015 [citado 23º de dezembro de 2024];5(28). Disponível em: https://ojs.pubvet.com.br/index.php/revista/article/view/2226

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