Feral dogs and their impacts on the environment

Review

Authors

  • Carolina Ribeiro Centro Universitário Presidente Antônio Carlos https://orcid.org/0009-0006-3655-6678
  • Leonardo Toshio Oshio Centro Universitário Presidente Antônio Carlos
  • Anna Marcella Dias Centro Universitário Presidente Antônio Carlos

DOI:

https://doi.org/10.31533/pubvet.v18n09e1652

Keywords:

Cães errantes, cães ferais, cães selvagens, cães vadios, patógenos, zoonoses

Abstract

O cão feral é aquele animal que era doméstico e passou a viver em um ambiente selvagem, seja por motivo de abandono ou fuga. Não possui provedores de alimento, água ou cuidados veterinários. Dessa forma, recuperam seus instintos selvagens, dependem de sua própria caça e sobrevivência, o que gera impactos no meio ambiente, com consequências na saúde dos animais e dos humanos. O objetivo deste estudo foi revisar sobre os impactos de cães ferais ao meio ambiente, à saúde dos seres humanos e outros animais. O presente trabalho se referiu a um levantamento de revisão bibliográfica e análise de trabalhos pesquisados eletronicamente por meio do banco de dados da internet. Foram selecionados trabalhos de literatura médico veterinária em línguas inglesa e portuguesa, publicados no período de 1975 a 2023. Por serem grandes predadores na natureza, os cães ferais causam impactos à vida selvagem. Causam deslocamento físico e temporal da fauna, perturbação e resposta ao estresse, prejudicando a vida dos animais que ali vivem, reduzindo a quantidade de ambiente funcionalmente disponível que os oferece alimentação, reprodução e descanso, além de contaminação da água e mortalidade de outras espécies, seja ela direta (predação) ou indireta (transmissão de patógenos). Esses cães competem pelo mesmo ambiente com os que ali vivem, as atividades dos animais diminuem para poder evitar contato com os cães, podem participar da transmissão de diversos patógenos aos seres humanos e animais silvestres, como a giardíase, cinomose, parvovirose, leishmaniose, toxoplasmose, escabiose e são reservatórios de raiva. Podem gerar acidentes por mordeduras e risco de hibridização com outras espécies. Os impactos que os cães ferais causam devem ser discutidos e estudados. Estratégias de manejo devem ser criadas a fim de evitar a procriação da espécie de forma desregulada. É preciso tomar medidas preventivas a fim de evitar um maior impacto no futuro.

References

ABINPET. (2019). Informações gerais do setor pet. Informações Gerais Do Setor Pet.

Amaku, M., Dias, R. A., & Ferreira, F. (2009). Dinâmica populacional canina: Potenciais efeitos de campanhas de esterilização. Revista Panamericana de Salud Pública, 25(4), 300–304. https://doi.org/10.1590/S1020-49892009000400003.

Arenas, P., Gil-Alarcón, G., Sánchez-Montes, S., Soto-Trujillo, M. P., Fernández-Figueroa, E., & Rangel-Escareño, C. (2019). Molecular detection of bartonella, ehrlichia and mycoplasma in feral dogs of el pedregal de san angel ecological reserve in Mexico City. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, 28(4), 728–734. https://doi.org/10.1590/s1984-29612019085.

Azevedo, A. L. (2016). Cães abandonados viram predadores na Floresta da Tijuca.

Barros, B. A. F., Pereira, J. A., Barreto, L. A., Santos, T. C., & Cirne, L. C. S. O. B. (2018). Ocorrência de parasitas gastrintestinais em fezes de cães coletadas em vias públicas do município de Valença - RJ. PUBVET, 12(9), 1–9. https://doi.org/10.31533/pubvet.v12n9a169.1-9.

Berman, M., & Dunbar, I. (1983). The social behaviour of free-ranging suburban dogs. Applied Animal Ethology, 10(1–2), 5–17. https://doi.org/10.1016/0304-3762(83)90107-4.

Boitani, L., & Ciucci, P. (1995). Comparative social ecology of feral dogs and wolves. Ethology Ecology and Evolution, 7(1), 49–72. https://doi.org/10.1080/08927014.1995.9522969.

Bradshaw, J. W. S. (2006). The evolutionary basis for the feeding behavior of domestic dogs (Canis familiaris) and cats (Felis catus). The Journal of Nutrition, 136(7), 1927S-1931S.

Calver, M. C., Grayson, J., Lilith, M., & Dickman, C. R. (2011). Applying the precautionary principle to the issue of impacts by pet cats on urban wildlife. Biological Conservation, 144(6), 1–7. https://doi.org/10.1016/j.biocon.2011.04.015.

Centamori, V. (2023). Cruzamento de cão e canídeo silvestre no RS é o 1o relatado na América do Sul.

Cleaveland, S., Appel, M. G. J., Chalmers, W. S. K., Chillingworth, C., Kaare, M., & Dye, C. (2000). Serological and demographic evidence for domestic dogs as a source of canine distemper virus infection for Serengeti wildlife. Veterinary Microbiology, 72(3–4), 217–227. https://doi.org/10.1016/S0378-1135(99)00207-2.

Contreras-Abarca, R., Crespin, S. J., Moreira-Arce, D., & Simonetti, J. A. (2022). Redefining feral dogs in biodiversity conservation. Biological Conservation (Vol. 265). https://doi.org/10.1016/j.biocon.2021.109434

Coppinger, R. P., & Smith, C. K. (1983). The domestication of evolution. Environmental Conservation, 10(4), 283–292. https://doi.org/10.1017/S0376892900012984.

Creel, S., & Christianson, D. (2008). Relationships between direct predation and risk effects. Trends in Ecology and Evolution, 23(4), 194–201. https://doi.org/10.1016/j.tree.2007.12.004.

Dagg, A. I. (1975). The ecology of stray dogs. A study of free ranging urban animals, by Alan Beck [Review]. The Canadian Field-Naturalist, 89(2). https://doi.org/10.5962/p.344864.

Dias, R. A., Guilloux, A. G. A., Borba, M. R., Guarnieri, M. C. L., Prist, R., Ferreira, F., Amaku, M., Neto, J. S. F., & Stevenson, M. (2013). Size and spatial distribution of stray dog population in the University of São Paulo campus, Brazil. Preventive Veterinary Medicine, 110(2), 263–273. https://doi.org/10.1016/j.prevetmed.2012.12.002.

Font, E. (1987). Spacing and social organization: Urban stray dogs revisited. Applied Animal Behaviour Science, 17(3–4), 319–328. https://doi.org/10.1016/0168-1591(87)90155-9.

Fornazari, F., & Langoni, H. (2014). Principais Zoonoses em Mamíferos Selvagens. Veterinária e Zootecnia, 21(1).

Fox, M. W., Beck, A. M., & Blackman, E. (1975). Behavior and ecology of a small group of urban dogs (Canis familiaris). Applied Animal Ethology, 1(2), 119–137. https://doi.org/10.1016/0304-3762(75)90082-6.

Galetti, M., & Sazima, I. (2006). Impacto de cães ferais em um fragmento urbano de Floresta Atlântica no sudeste do Brasil. Natureza & Conservação, 4(1).

Garcia, R. C. M., Calderón, N., & Ferreira, F. (2012). Consolidação de diretrizes internacionais de manejo de populações caninas em áreas urbanas e proposta de indicadores para seu gerenciamento. Revista Panamericana de Salud Pública, 32, 140–144.

Gier, H. T. (1968). Coyotes in Kansas.

Gipson, P. S., & Sealander, J. A. (1976). Changing food habits of wild canis in Arkansas with emphasis on coyote hybrids and feral dogs. American Midland Naturalist, 95(1), 249–253. https://doi.org/10.2307/2424258.

Godinho, R., Llaneza, L., Blanco, J. C., Lopes, S., Álvares, F., García, E. J., Palacios, V., Cortés, Y., Talegón, J., & Ferrand, N. (2011). Genetic evidence for multiple events of hybridization between wolves and domestic dogs in the Iberian Peninsula. Molecular Ecology, 20(24), 5154–5166. https://doi.org/10.1111/j.1365-294X.2011.05345.x.

Gondim, L. F. P., McAllister, M. M., Mateus-Pinilla, N. E., Pitt, W. C., Mech, L. D., & Nelson, M. E. (2004). Transmission of Neospora caninum between wild and domestic animals. Journal of Parasitology, 90(6), 1361–1365. https://doi.org/10.1645/GE-341R.

Hennelly, L., Habib, B., & Lyngdoh, S. (2015). Himalayan wolf and feral dog displaying mating behaviour in Spiti Valley, India, and potential conservation threats from sympatric feral dogs. Canid News, 18(9), 33–36.

Hindrikson, M., Männil, P., Ozolins, J., Krzywinski, A., & Saarma, U. (2012). Bucking the trend in wolf-dog hybridization: First evidence from Europe of hybridization between female dogs and male wolves. PLoS ONE, 7(10), 1–12. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0046465.

Hughes, J., & Macdonald, D. W. (2013). A review of the interactions between free-roaming domestic dogs and wildlife. Biological Conservation (Vol. 157, pp. 341–351). https://doi.org/10.1016/j.biocon.2012.07.005.

Iacolina, L., Scandura, M., Gazzola, A., Cappai, N., Capitani, C., Mattioli, L., Vercillo, F., & Apollonio, M. (2010). Y-chromosome microsatellite variation in Italian wolves: A contribution to the study of wolf-dog hybridization patterns. Mammalian Biology, 75(4), 341–347. https://doi.org/10.1016/j.mambio.2010.02.004.

Johnson, M. R., Boyd, D. K., & Pletscher, D. H. (1994). Serologic investigations of canine parvovirus and canine distemper in relation to wolf (Canis lupus) pup mortalities. Journal of Wildlife Diseases, 30(2), 270–273. https://doi.org/10.7589/0090-3558-30.2.270.

Jorge, R. S. P., Rocha, F. L., May Júnior, J. A., & Morato, R. G. (2010). Ocorrência de patógenos em carnívoros selvagens brasileiros e suas implicações para a conservação e saúde pública. Ecologia Australis, 14(3), 686–710.

Khattak, R. H., Xin, Z., Ahmad, S., Bari, F., Khan, A., Nabi, G., Shah, A. A., Khan, S., & Rehman, E. (2023). Feral dogs in Chitral gol national park, Pakistan: A potential threat to the future of threatened Kashmir Markhor (Capra falconeri cashmiriensis). Brazilian Journal of Biology, 83, 1–6. https://doi.org/10.1590/1519-6984.245867.

Kleiman, D. G., & Beck, a. M. (1974). The ecology of stray dogs: A study of free-ranging animals. Journal of Mammalogy, 55(1).

Kopaliani, N., Shakarashvili, M., Gurielidze, Z., Qurkhuli, T., & Tarkhnishvili, D. (2014). Gene flow between wolf and shepherd dog populations in georgia (caucasus). Journal of Heredity, 105(3), 345–353. https://doi.org/10.1093/jhered/esu014.

Lima, C. F. M. (2020). Interações eco-epidemiológicas entre cães domésticos e a fauna silvestre em agroecossistemas. Universidade de São Paulo.

Mahan, B. R., Gipson, P. S., & Case, R. M. (1978). Characteristics and Distribution of Coyote X Dog Hybrids Collected in Nebraska. American Midland Naturalist, 100(2), 408–415. https://doi.org/10.2307/2424840.

Malecka, J. K. (2018). Cães podem ser uma das maiores ameaças à vida selvagem.

Meneguelli, G. (2023). Cães selvagens: Uma ameaça às florestas brasileiras.

Muñoz-Fuentes, V., Darimont, C. T., Paquet, P. C., & Leonard, J. A. (2010). The genetic legacy of extirpation and re-colonization in Vancouver Island wolves. Conservation Genetics, 11(2), 547–556. https://doi.org/10.1007/s10592-009-9974-1.

Nunes, H., Moura, A. S., Gontijo, E. L., & Silva, M. G. (2018). Prevalência de parasitas intestinais em cães triados no Centro de Controle de Zoonoses de Gurupi, Tocantins. Revista Cereus, 10(3), 27–37. https://doi.org/10.18605/2175-7275/cereus.v10n3p27-37.

Oliveira, J. V. G., Silva, L. C., Mais, M. C. M. G., & Sousa, L. C. (2023). Tratamento de escabiose e desnutrição em cachorro-do-mato (Cerdpcynon thous). PUBVET, 17(1), 1–6. https://doi.org/10.31533/pubvet.v17n01a1331.

Organização Internacional de Epizootias – OIE. Stray dog population control. In: OIE. Terrestrial animal health standards. Paris: OIE, 2009.

Paula, P. M. C. (2010). Estratégias adicionais no controle populacional de cães de rua. Chemistry.

Rangel, C. H., Mendes, C. H., & Neiva, B. (2013). Predação de vertebrados por cães Canis lupus familiaris (Mammalia: Carnivora) no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Biodiversidade Brasileira - BioBrasil, 3(2).

Rodrigues, A. F. S. F., Rosa, M. H. F., Fernandes, L. B., & Silva, E. S. (2018). Comunidade de ectoparasitos e levantamento de hemoparasitos em cães (Canis lupus familiaris, Linnaeus, 1758) residentes no entorno da Serra de São José, Minas Gerais. Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology, 15(1), 1–8. https://doi.org/10.5216/rbn.v1i1.37492.

Rubin, H. D., & Beck, A. M. (1982). Ecological behavior of free-ranging urban pet dogs. Applied Animal Ethology, 8(1–2), 161–168. https://doi.org/10.1016/0304-3762(82)90141-9.

Sacks, J. J., Kresnow, M. J., & Houston, B. (1996). Dog bites: How big a problem? Injury Prevention, 2(1), 52–54. https://doi.org/10.1136/ip.2.1.52.

Sacks, J. J., Sinclair, L., Gilchrist, J., Golab, G. C., & Lockwood, R. (2000). Breeds of dogs involved in fatal human attacks in the United States between 1979 and 1998. Journal of the American Veterinary Medical Association, 217(6), 836–840. https://doi.org/10.2460/javma.2000.217.836.

Silva, A. J., Guilloux, A. G. A., Zetun, C. B., Polo, G., Braga, G. B., Panachão, L. I., Santos, O., & Dias, R. A. (2013). Abandono de cães na América Latina: revisão de literatura. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, 11(2), 34–41. https://doi.org/10.36440/recmvz.v11i2.16221.

Silva, N. E. O. F. (2009). Nutrição do intestino, imunidade intestinal e resistência a parasitas do intestino em cães. In Faculdade de Medicina Veterinária: Vol. Master of Science.

Soto, F. R. M., Ferreira, F., Pinheiro, S. R., Nogari, F., Risseto, M. R., Souza, O., & Amaku, M. (2006). Dinâmica populacional canina no Município de Ibiúna-SP: Estudo retrospectivo. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, 43(2), 178–185. https://doi.org/10.11606/issn.1678-4456.bjvras.2006.26497.

Souza, G. S., Godinho, A. B. F. R., Ribeiro, A. R., Costa, B. B. V., Modesto, L. B., Silva, R. M., & Carvalho, T. C. S. (2021). Morfologia comparada do crânio de Canis lupus familiaris e Cerdocyon thous. PUBVET, 15(7), 1–13. https://doi.org/10.31533/pubvet.v15n07a865.1-13.

Suzán, G., & Ceballos, G. (2005). The role of feral mammals on wildlife infectious disease prevalence in two nature reserves within Mexico City limits. Journal of Zoo and Wildlife Medicine, 36(3), 479–484. https://doi.org/10.1638/04-078.1.

Szynwelski, B. E., Kretschmer, R., Matzenbacher, C. A., Ferrari, F., Alievi, M. M., & Freitas, T. R. O. (2023). Hybridization in canids—A case study of pampas fox (Lycalopex gymnocercus) and domestic dog (Canis lupus familiaris) hybrid. Animals, 13(15), 1–11. https://doi.org/10.3390/ani13152505.

Tesserolli, G. L., Fayzano, L., & Agottani, J. V. B. (2005). Ocorrência de parasitas gastrintestinais em fezes de cães e gatos, Curitiba-PR. Revista Acadêmica, 3(4), 31–34. https://doi.org/10.7213/cienciaanimal.v3i4.9207.

Thompson, N. S. (1975). The ecology of stray dogs. A study of free-ranging urban animals. A. M. Beck. The Quarterly Review of Biology, 50(3). https://doi.org/10.1086/408711.

Vilà, C., Savolainen, P., Maldonado, J. E., Amorim, I. R., Rice, J. E., Honeycutt, R. L., Crandall, K. A., Lundeberg, J., & Wayne, R. K. (1997). Multiple and ancient origins of the domestic dog. Science, 276(5319), 1687–1689. https://doi.org/10.1126/science.276.5319.1687.

Vilà, C., Walker, C., Sundqvist, A. K., Flagstad, Andersone, Z., Casulli, A., Kojola, I., Valdmann, H., Halverson, J., & Ellegren, H. (2003). Combined use of maternal, paternal and bi-parental genetic markers for the identification of wolf-dog hybrids. Heredity, 90(1), 17–24. https://doi.org/10.1038/sj.hdy.6800175.

Whiteman, C. W., Matushima, E. R., Confalonieri, U. E. C., Palha, M. D. C., Silva, A. S. L., & Monteiro, V. C. (2007). Human and domestic animal populations as a potential threat to wild carnivore conservation in a fragmented landscape from the Eastern Brazilian Amazon. Biological Conservation, 138(1–2), 290–296. https://doi.org/10.1016/j.biocon.2007.04.013.

Williams, E. S., Thorne, E. T., Appel, M. J., & Belitsky, D. W. (1988). Canine distemper in black-footed ferrets (Mustela nigripes) from Wyoming. Journal of Wildlife Diseases, 24(3), 385–398. https://doi.org/10.7589/0090-3558-24.3.385.

Young, J. K., Olson, K. A., Reading, R. P., Amgalanbaatar, S., & Berger, J. (2011). Is wildlife going to the dogs? Impacts of feral and free-roaming dogs on wildlife populations. Bio Science, 61(2), 125–132. https://doi.org/10.1525/bio.2011.61.2.7.

Cachorro do mato - projectnoah.org

Published

2024-08-22

Issue

Section

Animais silvestres

How to Cite

Feral dogs and their impacts on the environment: Review. (2024). Pubvet, 18(09), e1652. https://doi.org/10.31533/pubvet.v18n09e1652

Most read articles by the same author(s)