Fatores de risco e perfil epidemiológico de acidentes por escorpiões nas regiões brasileiras entre os anos de 2017 e 2024
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v19n03e1749Palavras-chave:
Aracnídeos, Brasil, escorpianismo, urbanismoResumo
O objetivo deste estudo foi analisar os fatores de risco e o perfil epidemiológico dos acidentes por escorpiões nas regiões brasileiras devido à alta incidência no país. Os escorpiões são invertebrados, artrópodes pertencentes ao grupo dos aracnídeos com capacidade de produzir peçonha que pode ser inoculada em outros animais, incluindo os seres humanos podendo desencadear diferentes manifestações clínicas leves e até levar a morte. Devido a expansão das áreas urbanas, estes animais têm buscado abrigo nos espaços peridomiciliares e, por vezes, podem ser encontrados dentro de casas e habitações humanas, sendo um dos fatores que justificam o aumento dos acidentes nos últimos anos. Além do aumento do urbanismo, o clima também pode ser citado como outro fator de risco, já que as estações mais quentes facilitam a reprodução destes animais. Essa pesquisa foi realizada com base nos casos de acidentes escorpiônicos nas regiões brasileiras no período entre os anos de 2017 e 2024 tendo sido analisados casos registrados com base no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). No Brasil, os casos de acidentes escorpiônicos adquirem importância clínica cada vez mais considerável, por conta da alta toxidade do veneno destes animais, destacando as faixas etárias de idosos e crianças cuja a taxa de letalidade é elevada. Casos de escorpionismo estão presentes em todo território brasileiro tendo destaque maior nas regiões Nordeste e Sudeste. O escorpionismo é um problema de Saúde Pública no Brasil, devido à alta incidência no país. Com isso, é de suma importância analisar a epidemiologia e os fatores associados à gravidade dos acidentes por escorpiões para que, desse modo, haja a assistência adequada e a redução da morbilidade destes casos. Conclui-se que entre os anos de 2017 e 2024 houve aumento no número de casos notificados em todo território brasileiro, principalmente nas Regiões Nordeste e Sudeste. Este aumento pode ser justificado com base nos fatores de risco, tendo destaque para os climais mais quentes e chuvosos, além do aumento do urbanismo que causa desequilíbrio ambiental, favorecendo o aparecimento e crescimento dessa espécie.
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