Intoxicação de canídeo doméstico por ingestão de Espada de São Jorge
Revisão
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v18n10e1669Palavras-chave:
Desordens gastrointestinais, plantas ornamentais, plantas tóxicasResumo
A Espada de São Jorge (Sansevieria trifasciata) é uma planta com folhas alongadas e de característica rizomatosa que possui fácil adaptação em diversos ambientes. Esta produz naturalmente substâncias químicas como saponinas, alcalóides e oxalato de cálcio, para manutenção de suas funções vitais ou como mecanismo de defesa. Quando ingeridas em altas doses por cães podem constituir um risco à saúde, por poderem causar danos gastrointestinais, lesões hepáticas e renais, inclusive levando-os ao óbito destes animais. Este trata-se de um estudo descritivo do tipo revisão de literatura narrativa teve como objetivo principal, investigar e compreender a intoxicação de canídeo doméstico por ingestão de Espada de São Jorge e oferecer suporte teórico a profissionais da saúde veterinária, na identificação e tratamento das ocorrências aumentando a expectativa de vida e o prognóstico em casos de intoxicação e os potenciais danos que seus componentes podem causar no organismo animal se ingeridos, além de auxiliar na prevenção através do acesso à informação. Durante sua realização, observou-se ser escassa a literatura técnica sobre o tema e que a maioria dos casos de intoxicação canina ocorrem pela ausência de conhecimento dos proprietários a respeito da toxicidade da planta, e com isso não se atentam aos meios de prevenção. Este trabalho foi realizado a partir de extensas pesquisas nas plataformas PubMed, Scielo, ResearchGate e Google Acadêmico, utilizando palavras-chave como: Desordens gastrointestinais; Plantas ornamentais; Planta toxica.
Referências
Adamski, Z., Blythe, L. L., Milella, L., & Bufo, S. A. (2020). Biological activities of alkaloids: From toxicology to pharmacology. In Toxins (Vol. 12, Issue 4, p. 210). https://doi.org/10.3390/toxins12040210.
Agbai, C. M., Olawuni, I. A., Ofoedu, C. E., Ibeabuchi, C. J., Okpala, C. O. R., Shorstkii, I., & Korzeniowska, M. (2021). Changes in anti-nutrient, phytochemical, and micronutrient contents of different processed rubber (Hevea brasiliensis) seed meals. Peer Journal, 9, 1327. https://doi.org/10.7717/peerj.11327.
Aguiar, A., & Veiga Júnior, V. (2021). O jardim venenoso: A química por trás das intoxicações domésticas por plantas ornamentais. Química Nova, 1093–1100. https://doi.org/10.21577/0100-4042.20170746.
Baltazar, F. N., Capellanes, M. H., Costa, K. K. R. da, & Berl, C. A. (2018). Perfil clínico e laboratorial da intoxicação canina por Ricinus communis: Relato de dois casos. PUBVET, 12(12), 1–8. https://doi.org/10.31533/pubvet.v12n12a240.1-8.
Barros, J. F. C. (2020). Toxicidade e plantas tóxicas para ruminantes. Escola de Ciências e Tecnologia.
Bezerra, L. S., Olinda, R. G., Barbosa, G. M. O., & Chaves, R. N. (2021). Prevalência de intoxicações exógenas em cães e gatos no município de Fortaleza e região metropolitana. PUBVET, 16(3), 1–8. https://doi.org/10.31533/pubvet.v16n03a1058.1-8.
Bylicki, L. B., Johnson, L. R., & Pollard, R. E. (2015). Comparison of the radiographic and tracheoscopic appearance of the dorsal tracheal membrane in large and small breed dogs. Veterinary Radiology and Ultrasound, 56(6), 602. https://doi.org/10.1111/vru.12276.
Campos, S. C., Silva, C. G., Campana, P. R. V., & Almeida, V. L. (2016). Toxicidade de espécies vegetais. In Revista Brasileira de Plantas Medicinais (Vol. 18, Issue 1, pp. 373–382). https://doi.org/10.1590/1983-084X/15_057.
Canola, J. C., Medeiros, F. P., & Canola, P. A. (2016). Radiografia convencional, ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética. In C. R. Daleck, A. B. De Nardi, & S. Rodaski (Eds.), Oncologia em cães e gatos (pp. 133–135). Roca, Brasil.
Carauta, j. (2000). Coleção didática do canto das flores. Diário Oficial Do Rio de Janeiro.
Carvalho, C. F. (2018). Ultrassonografia em pequenos animais. Editora Roca.
Cavana, P., Irato, E., Miniscalco, B., & Gianella, P. (2018). Severe heinz body anemia and methemoglobinemia in a kitten with chronic diarrhea. Schweizer Archiv Fur Tierheilkunde, 160(4). https://doi.org/10.17236/sat00156
Cope, R. (2005). Toxicology brief: Allium species poisoning in dogs and cats. Veterinary Medicine, dvm360.com.
Cortinovis, C., & Caloni, F. (2015). Alkaloid-containing plants poisonous to cattle and horses in Europe. In Toxins (Vol. 7, Issue 12, pp. 5301–5307). https://doi.org/10.3390/toxins7124884.
Dechant, J. E. (2021). Approach to Toxicologic emergencies. In Veterinary Clinics of North America - Equine Practice (Vol. 37, Issue 2). https://doi.org/10.1016/j.cveq.2021.04.006
Dietrich, R., Jessberger, N., Ehling-Schulz, M., Märtlbauer, E., & Granum, P. E. (2021). The food poisoning toxins of Bacillus cereus. In Toxins (Vol. 13, Issue 2, p. 98). https://doi.org/10.3390/TOXINS13020098.
Espíndola, R. F. (2014). Ultrassonografia intervencionista em pequenos animais. Universidade de Brasília.
Eurell, T. E., & Peacock, R. E. (2021). Induction of emesis with apomorphine using a novel gingival administration method in dogs. Journal of Veterinary Emergency and Critical Care, 31(6). https://doi.org/10.1111/vec.13115.
Falbo, M. K., Reis, A. C. F., Balarin, M. R. S., Bracarense, A. P., Araújo Júnior, J. P., Okano, W., Sandini, I. E., Araújo, J. P., Okano, W., & Sandini, I. E. (2005). Alterações hematológicas, bioquímicas, urinárias e histopatológicas na intoxicação natural em bovinos pela samambaia Pteridium aquilinum (L.) Kuhn. Semina: Ciências Agrárias, 26(4), 547–558. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2005v26n4p547.
Fook, S. M. L., Soares, Y. C., Almeida, C. F., Falcão, C., Abrantes, R. B., Feitosa, I. L. F., & Mariz, S. R. (2014). Análise da ocorrência de plantas tóxicas em escolas estaduais no município de campina grande (PB) como estratégia na prevenção de intoxicações. Revista Saúde & Ciência Online, 44–53.
Gabriel, A. L., Kommers, G. D., Masuda, E. K., Fighera, R. A., Piazer, J. V. M., Barros, C. S. L., Martins, T. B., & Rosa, F. B. (2009). Aspectos clínico-hematológicos e lesões vesicais na intoxicação crônica espontânea por Pteridium aquilinum em bovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira, 29(7). https://doi.org/10.1590/S0100-736X2009000700005.
Guedes, R. R., Profice, S. R., Costa, E. L., Baumgratz, J. F. A., & Lima, H. C. (1985). Plantas utilizadas em rituais afro-brasileiros no Estado do Rio de Janeiro - Um ensaio Etnobotânico. Rodriguesia, 37(63), 3–9. https://doi.org/10.1590/2175-78601985376301.
ICMBio. (2018). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
Jorge, N. (2018). História da África e relações com o Brasil. FUNAG.
Lizarraga, I., & Parton, K. (2021). A survey of animal poisonings in New Zealand veterinary practices: Perceptions of incidence and frequency of poisoning cases. New Zealand Veterinary Journal, 69(6), 349–354. https://doi.org/10.1080/00480169.2021.1936684.
Martins, D. B., Martinuzzi, P. A., Sampaio, A. B., & Viana, A. N. (2013). Plantas tóxicas: uma visão dos proprietários de pequenos animais. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR, 16(1), 11–17.
Nacul, M. P., Cavazzola, L. T., & Melo, M. C. de. (2015). Situação atual do treinamento de médicos residentes em vídeo cirurgia no Brasil: uma análise crítica. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva, 28, 81–85. https://doi.org/10.1590/S0102-67202015000100020.
Nascimento, N. C. F., Aires, L. D. A., Pfister, J. A., Medeiros, R. M. T., Riet-Correa, F., & Mendonça, F. S. (2018). Plantas cardiotóxicas para ruminantes no Brasil. Pesquisa Veterinária Brasileira, 38(7), 1239–1249. https://doi.org/10.1590/1678-5150-PVB-5548.
Niedzwecki, A. H., Book, B. P., Lewis, K. M., Estep, J. S., & Hagan, J. (2017). Effects of oral 3% hydrogen peroxide used as an emetic on the gastroduodenal mucosa of healthy dogs. Journal of Veterinary Emergency and Critical Care, 27(2). https://doi.org/10.1111/vec.12558.
Oliveira, M. F., & Sisenando, H. A. (2017). Plantas tóxicas: Um risco quase invisível à saúde infantil. UNICIÊNCIAS, 21(2), 115–119. https://doi.org/10.17921/1415-5141.2017v21n2p115-119.
Oliveira, R. R., & Pasin, L. A. A. P. (2017). Ocorrência de oxalato de cálcio em diferentes espécies vegetais de uso ornamental. Revista de Ciências Ambientais, 11(3), 41–52. https://doi.org/10.18316/rca.v11i3.3571.
Oliveira, S. S., Pereira, S. L. S., Moreira, P. S. P., Hunhoff, V. L., Moreira, R. P. M., Nunes, P. A. S. S., Nunes, J. R. S., & Añez, R. B. S. (2018). Estudo etnobotânico de plantas tóxicas na comunidade de Salobra Grande, Porto Estrela - Mato Grosso. Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde, 22(1), 12–16. https://doi.org/10.17921/1415-6938.2018v22n1p12-16.
Peixoto, T. C., Nogueira, V. A., Coelho, C. D., Veiga, C. C. P., Peixoto, P. V., & Brito, M. F. (2010). Avaliações clínico-patológicas e laboratoriais da intoxicação experimental por monofluoroacetato de sódio em ovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira, 30(12), 1021–1030. https://doi.org/10.1590/S0100-736X2010001200004.
Penninck, D. G., & D’Anjou, M. A. (2011). Atlas de ultrassonografia de pequenos animais (p. 513p.). Guanabara Koogan.
Pereira, V. C., Slaviero, M., Saccaro, R. O., Grazziotin, B., Driemeier, D., & Oliveira, E. C. (2020). Cirrose hepática associada à ingestão de Cycas revoluta em canino. Acta Scientiae Veterinariae, 48(1), 560–565.
Pessoa, G. A. (2017). Intoxicação crônica por Pteridium aquilinum em bovinos na região Sul do Brasil. Revista Acadêmica: Ciência Animal, 15(Suppl 2). https://doi.org/10.7213/academica.15.s02.2017.312.
Pinky, S. S., Monira, S., Hossain, M. A., & Hossain, A. (2020). Antioxidant, anti-inflammatory, cytotoxic and analgesic activities of Sensevieria trifasciata. Bangladesh Pharmaceutical Journal, 23(2), 195–200. https://doi.org/10.3329/bpj.v23i2.48341.
Reis, T. V. (2023). Intoxicação por Ivermectina em cães. Revista Multidisciplinar em Saúde. https://doi.org/10.51161/convet2023/25568
Ribeiro, D. S. F., & Soto-Blanco, B. (2020). Intoxicação por plantas do gênero Pteridium (Dennstaedtiaceae) em animais de produção. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, 14(1).
Riboldi, E. O. (2010). Intoxicações em pequenos animais: Uma revisão. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Rwawiire, S., & Tomkova, B. (2015). Morphological, Thermal, and Mechanical Characterization of Sansevieria trifasciata Fibers. Journal of Natural Fibers, 12(3), 201–210. https://doi.org/10.1080/15440478.2014.914006.
Salgado, B. S., Monteiro, L. N., & Rocha, N. S. (2011). Allium species poisoning in dogs and cats. In Journal of Venomous Animals and Toxins Including Tropical Diseases (Vol. 17, Issue 1, pp. 4–11). https://doi.org/10.1590/S1678-91992011000100002.
Santos, C. R. O. (2013). Plantas ornamentais tóxicas para cães e gatos presentes no nordeste do Brasil. Medicina Veterinária (UFRPE), 7(1), 11–16.
Sharma, P., Tyagi, A., Bhansali, P., Pareek, S., Singh, V., Ilyas, A., Mishra, R., & Poddar, N. K. (2021). Saponins: Extraction, bio-medicinal properties and way forward to anti-viral representatives. Food and Chemical Toxicology, 150, 12075. https://doi.org/10.1016/j.fct.2021.112075.
Silva, R. S., Silva, T. S., Teixeira, U. L., & Coelho, M. D. C. (2021). Bioensaio toxicológico de plantas alimentícias não convencionais em Artemia salina Leach. Revista Ciência e Saúde Online, 6(3).
Sousa, C. P. De, Amorim, W. R. De, Martins, N., Sousa, R., Santos, S., Sá, I. D. S., Morgana, J., Dada, V. S. M. R., Almeida, J. V. De, Eveline, R., Pinheiro, E., Mirck, J., & Oliveira, G. De. (2019). Plantas tóxicas de interesse pecuário em municípios da microrregião do Alto Médio Gurguéia – Piauí. PUBVET, 13(12), 1–10.
Tchegnitegni, B. T., Teponno, R. B., Tanaka, C., Gabriel, A. F., Tapondjou, L. A., & Miyamoto, T. (2015). Sappanin-type homoisoflavonoids from Sansevieria trifasciata Prain. Phytochemistry Letters, 12, 262–266. https://doi.org/10.1016/j.phytol.2015.04.017.
Teponno, R. B., Tanaka, C., Jie, B., Tapondjou, L. A., & Miyamoto, T. (2016). Trifasciatosides A-J, steroidal saponins from Sansevieria trifasciata. Chemical and Pharmaceutical Bulletin, 64(9), 1347–1355. https://doi.org/10.1248/cpb.c16-00337.
USA. Missouri Botanical Garden. 2018.
Vale, M. M., Alves, M. A. S., & Lorini, M. L. (2009). Mudanças climáticas: desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade brasileira. Oecologia Brasiliensis, 13(3), 518–535. https://doi.org/10.4257/oeco.2009.1303.07.
Villar, D., & Ortiz Díaz, J. L. (2006). Plantas tóxicas de interés veterinario: Casos clínicos. Colombia, 13(57), 111.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Dr. Flávio Santos, Rebeca Mesquita, Thayan Marques, Laura Carvalho, Fernanda Azevedo, Dr. Bruno Alvarenga
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença. De acordo com os termos seguintes:
Atribuição
— Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso. Sem restrições adicionais
— Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
