Fisiopatologia e reconhecimento da dor em equinos
Revisão
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v18n05e1590Palavras-chave:
Neurônio, Dor, NeurotransmissorResumo
A dor é considerada o quinto sinal vital. Definida como uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada a uma lesão tecidual real ou potencial, ou descrita nos termos de tal lesão. É o sistema responsável por alterar os mecanismos fisiológicos, comportamentais e emocionais dos animais, sendo extremamente prejudicial ao bem-estar físico e mental. A dor é classificada em relação temporal (aguda ou crônica), patológica (nociceptiva ou neuropática) e a localização (somática ou visceral). A dor aguda atua como uma forma de proteção do organismo para evitar ou minimizar danos teciduais contribuindo com a sobrevivência do animal. A dor crônica está relacionada com o sofrimento dos animais, perpetua por longos períodos. A dor nociceptiva faz parte da rotina durante os atendimentos e é decorrente de traumas e processos inflamatórios. A dor neuropática leva ao déficit sensorial. Os nociceptores são responsáveis pela nocicepção, essa é o componente fisiológico da dor que abrange os processos de transdução, transmissão, modulação e percepção por um estímulo nociceptivo. As escalas de dor são ferramentas úteis para a identificação da dor em equinos e a avaliação é feita baseada nos comportamentos e expressões faciais. Esta revisão foi elaborada com o objetivo de apresentar a fisiopatogenia e o reconhecimento da dor em equinos no abdômen agudo e no pós-operatório de castração por meio das escalas de dor.
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