Hipoadrenocorticismo em cão
Relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v18n03e1558Palavras-chave:
Aldosterona, acetato de fludrocortisona, cortisol, glândulas adrenais, hipoadrenocorticismo, prednisolonaResumo
Hipoadrenocorticismo (HA) ou doença de Addison é uma endocrinopatia incomum em cães, com ocorrência principalmente entre um e seis anos de idade. Pode ser classificado de acordo com sua origem, como primário, secundário ou terciário, sendo a forma primária a mais comum, causada pela destruição idiopática imunomediada do córtex da adrenal, que pode resultar na deficiência de mineralocorticoides e/ou glicocorticoides. As manifestações clínicas são inespecíficas. Desta forma, o paciente pode apresentar desde apenas quadros de gastroenterites intermitentes, até hipotensão, tremores, letargia, anorexia e perda de peso. O diagnóstico é realizado na anamnese, sinais clínicos, exames hematológicos, urinálise e ultrassonografia abdominal. No entanto, para o diagnóstico definitivo deve ser feito o teste de estimulação com ACTH (hormônio adrenocorticotrófico), no qual os cães com HA apresentarão resultados abaixo da referência. O tratamento deve ser realizado com base no estado geral do paciente e com a suplementação hormonal, que deve ser avaliada de acordo com a necessidade de cada cão. O presente estudo tem como objetivo relatar o caso de uma cadela da raça Whippet de um ano de idade que foi admitida no serviço de pronto atendimento de um hospital veterinário 24 horas devido a quadro de êmese e anorexia, que evoluíram para uma crise addisoniana. Após o diagnóstico de HA e iniciado o tratamento com prednisolona e acetato de fludrocortisona, a paciente foi acompanhada por 965 dias. Nesse período, apresentou quadros de êmese em situações de estresse, além de apresentar sódio no limite inferior nos exames hematológicos realizados.
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