Obstrução uretral em um felino macho Pelo Curto Brasileiro sem intervenção cirúrgica
Relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v18n03e1569Palavras-chave:
Castrado, enriquecimento ambiental, micção, penectomia, uretrostomia perinealResumo
Este trabalho teve como objetivo relatar um caso clínico de um gato diagnosticado com obstrução uretral que foi submetido a um tratamento conservador sem a intervenção cirúrgica. No presente relato, o gato de três anos de idade, orquiectomizado, foi diagnosticado com obstrução uretral, uma enfermidade urológica comum em felinos. A obstrução pode ser parcial ou total e é chamada de doença do trato inferior dos felinos (DTUF). Esta patologia pode ser causada por cristais, urólitos, neoplasias e granulomas, mas também pode estar relacionado ao manejo alimentar inadequado, carência de enriquecimento ambiental ou simplesmente ser uma doença idiopática. A sintomatologia é inespecífica o que dificulta o diagnóstico, sendo que os possíveis sinais clínicos podem ocorrer como hematúria, disúria, pruiria, polaciúria, estranguria de forma aguda, podendo tornar-se crônico ou intermitente. Entretanto, o animal costuma apresentar vocalização excessiva, dor e desconforto durante o ato miccional. O diagnóstico é realizado por exame radiográfico para avaliar os parâmetros cardiopulmonares e o exame ultrassonográfico para avaliar as informações em tempo real da arquitetura dos órgãos abdominais, assim como exames laboratoriais que descrevem todas as alterações do eritrograma, leucometria global, plaquetas e parâmetros de substâncias que avaliam a função renal. O tratamento depende da frequência da obstrução e da resposta do animal ao tratamento conservador. O tratamento cirúrgico, que consiste em uretrostomia perineal e penectomia, é indicado para casos de obstrução uretral recorrente ou quando o tratamento conservador falha. Já o tratamento conservador, que inclui enriquecimento ambiental e manejo alimentar, é uma opção para obstruções uretrais não recorrentes. O enriquecimento ambiental (fontes de água, comidas úmidas oferecidas diversas vezes a dia, caixas de areia pela casa – o dobro da quantidade de gatos –, arranhadores que permitam ao gato depositar o seu cheiro através das glândulas presentes em sua pata, feromônios para diminuir a ansiedade), ou seja, tudo pensando única e exclusivamente no bem-estar do felino domiciliado, tende a melhorar a qualidade de vida dele, a interação com os membros da casa, recidivas recorrentes do quadro obstrutivo, obesidade e comorbidades associadas a esta patologia.
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