Hemólise em amostras sanguíneas
Confiabilidade do resultado para procedimentos clínico-cirúrgicos
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v18n02e1554Palavras-chave:
Análises clínicas, animais de laboratório, patologia clínica veterinária, sangueResumo
A hemólise é um dos interferentes que pode limitar os resultados de diversos exames bioquímicos. O presente estudo buscou avaliar a interferência da hemólise na confiabilidade de exames bioquímicos em procedimentos clínico-cirúrgicos na rotina hospitalar veterinária. A metodologia foi realizada de forma retrospectiva, a partir da análise dos prontuários de animais atendidos na Superintendência Unidade Hospitalar Veterinária (SUHVU) da Universidade Federal da Fronteira, Campus Realeza, Paraná. O período foi de janeiro de 2020 a dezembro de 2022, incluindo os resultados dos exames realizados no laboratório de Análises Clínicas Veterinária sendo eles: a determinação sérica de proteínas totais, albumina, alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), fosfatase alcalina (FA), gama glutamil transferase (GGT), creatinina e ureia. Com base nos resultados dos bioquímicos, os animais foram divididos em três grupos de acordo com o grau de hemólise visualizada no soro: hemólise discreta (HD), hemólise moderada (HM) e hemólise intensa (HI). O grupo controle (GC) foi determinado pelos valores de referência dos bioquímicos conforme a espécie. Os dados foram tabulados em planilhas eletrônicas e analisados pelo teste de correlação Pearson (p). A hemólise predominante foi a discreta. Em caninos, independente do grau, não afetou os bioquímicos analisados em relação aos valores de referência das médias para a espécie. Isoladamente, a maioria das dosagens se elevaram. Em felinos, as alterações foram mais significativas em relação à média do grupo, sendo a FA a enzima com a maior variação, não condizente com a elevação da hemólise. Nenhum dos parâmetros teve correlação forte de interferência entre as hemólises, apenas moderada negativa e positiva na FA e ureia.
Referências
Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial. Comissão de Coleta de Sangue Venoso. (2010). Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial para coleta de sangue venoso. (2ª. ed.) São Paulo: Minha Editora.
Diaz-Gonzalez, F. H., & Silva, S. C. (2017). Introdução à bioquímica clínica veterinária. Editora da UFRGS.
Falbo, M. K., Reis, A. C. F., Balarin, M. R. S., Bracarense, A. P., Araújo Júnior, J. P., Okano, W., Sandini, I. E., Araújo, J. P., Okano, W., & Sandini, I. E. (2005). Alterações hematológicas, bioquímicas, urinárias e histopatológicas na intoxicação natural em bovinos pela samambaia Pteridium aquilinum (L.) Kuhn. Semina: Ciências Agrárias, 26(4), 547–558. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2005v26n4p547.
Ferreira, M. M., Costa, G. B., Pereira, A. G., Maia, S. R., Murakami, V. Y., Lucera, T. M. C., Alvarenga, A. W. O., Manzoli, S., Soares, J. L., & Albernaz, A. B. M. (2022). Análise de variáveis hematológicas e bioquímicas em cães de busca e resgate. PUBVET, 16(10), 1–7. https://doi.org/10.31533/pubvet.v16n10a1238.1-7.
Freitas, V., Baumgarten, V. G., Risso, N. H., Bicca, D. F., & Noro, M. (2018). Interferência da hemólise nas análises bioquímicas. Anais Do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, 10(2).
Harvey, J. W. (2012). Veterinary hematology: A diagnostic guide and color atlas. Elsevier Saunders.
Hodgson, D. R., Mckeever, R. H., & McGowan, C. H. (2014). Hematology and biochemistry. Elsevier Saunders.
Hooijberg, E., Leidinger, E., & Freeman, K. P. (2012). An error management system in a veterinary clinical laboratory. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation, 24(3), 458–468. https://doi.org/10.1177/1040638712441782.
Ishiguro, A., Nishioka, M., Morishige, A., Yoneshiro, M., Shinkawa, K., Fujinaga, A., Kobayashi, T., Suehiro, Y., & Yamasaki, T. (2023). Determination of the optimal wavelength of the hemolysis index measurement. Journal of Clinical Medicine, 12(18), 5864. https://doi.org/10.3390/jcm12185864.
Jain, N. C., & Jain, A. H. (1993). Essentials of veterinary hematology (1st ed.). Wiley-Blackwell. https://doi.org/10.4236/ojps.2016.61003.
Kaneko, J. J., Harvey, J. W., & Bruss, M. L. (2008). Clinical biochemistry of domestic animals (6th ed., Ed.; Vol. 1). Academic press.
Lippi, G., Guidi, G. C., Mattiuzzi, C., & Plebani, M. (2006). Preanalytical variability: the dark side of the moon in laboratory testing. Clinical Chemistry and Laboratory Medicine, 44(4), 358–365. https://doi.org/10.1515/CCLM.2006.073.
Makris, K., Mousa, C., & Cavalier, E. (2023). Alkaline phosphatases: Biochemistry, functions, and measurement. Calcified Tissue International, 112(2), 233–242. https://doi.org/10.1007/s00223-022-01048-x.
Marco, V., Amaral, R. C., Jericó, M. M., Silva, R. D., & Simões, D. M. (1999). Diagnóstico de Diabetes mellitus na espécie canina e avaliação a longo prazo da terapia insulínica através das concentrações séricas de hemoglobina glicosilada. Revista de Educação Continuada Em Medicina Veterinária e Zootecnia Do CRMV-SP, 2(2), 23–28. https://doi.org/10.36440/recmvz.v2i2.3382.
Meyer, D. J., Coles, E. H., & Rich, L. J. (1995). Medicina veterinária de laboratório. Interpretação e diagnóstico. Roca Ltda.
Morais, L., Bosco, A. M., Baptisttiolli, L., Torrecilha, R. B. P., Valadares, T. C., Hoffmann, D. J., & Ciarlini, P. C. (2018). Hemolysis interferes in the measurement of plasma biomakers of oxidative stress in dogs. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, 70(3), 713–721. https://doi.org/10.1590/1678-4162-9398.
Moreira, L. M., & Lyon, J. P. (2020). Hemoglobina, auto oxidação, geração de radicais livres, lesão tecidual e estresse oxidativo: Interessante correlação associada aos acidentes vasculares. PUBVET, 14(12), 1–5. https://doi.org/10.31533/pubvet.v14n12a705.1-5.
Parreira, I., & Buzin, E. (2012). Realização de colheita de sangue em felinos domésticos: Dificuldades e soluções. Enciclopédia Biosfera, 8(14), 2168–2173.
Sarmento, L. P. (2023). Controle da qualidade hematológico em laboratórios de análises clínicas veterinárias. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Silva, T. J., Porto, B. S. C., & Gerardi, B. (2017). Principais causas de anemia hemolítica nos animais domésticos. Revista Científica de Medicina Veterinária, 1679(7353), 353–364.
Souza, K. L. de, & Falbo, M. K. (2020). Efeito do tempo e da temperatura de armazenamento nos parâmetros hematológicos de cães hígidos. PUBVET, 14(10), 1–4. https://doi.org/10.31533/pubvet.v14n10a679.
Thrall, M. A., Weiser, G., Allison, R. W., & Campbell, T. W. (2022). Veterinary hematology, clinical chemistry, and cytology. John Wiley & Sons.
Weiss, D. J., & Wardrop, J. K. (2010). Schalm’s Veterinary Hematology.
Wintrobe, M. M. (1974). Clinical hematology. In Academic Medicine. Lea & Febiger.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Mayara Cristina Stumm, Falcão Sodré Black, Felipe Luiz Marques Vuicik, Ana Júlia Pereira de Melo, Eduarda Dalmolin dos Santos , Pâmela Maran Korpalski, Thainá Simões Giordani, Paulo Henrique Braz
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença. De acordo com os termos seguintes:
Atribuição
— Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso. Sem restrições adicionais
— Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
