Meningoencefalite bacteriana secundária à vaginite em um canino: Relato de caso

Autores

  • Mary Souza Faculdade Pio Décimo

DOI:

https://doi.org/10.31533/pubvet.v15n08a885.1-7

Palavras-chave:

Cultura bacteriana, líquido cefalorraquidiano, neurologia, piometra, sistema nervoso

Resumo

A meningoencefalite bacteriana é uma afecção neurológica que acomete cães e gatos e se dá pela migração de bactérias de focos infecciosos próximos ou distantes do sistema nervoso central através da corrente sanguínea, atravessando a Barreira hemato-encefálica e atingindo o encéfalo e meninges. Nesse contexto, o presente trabalho tem por objetivo relatar um caso de Meningoencefalite bacteriana secundária à vaginite em um canino, fêmea, sem raça definida, de 3 anos de idade, atendida no Hospital Veterinário Dr. Vicente Borelli localizado em Aracaju, Sergipe. O animal apresentava incoordenação motora, inclinação da cabeça para o lado direito e andar em círculos. Foram realizados exame físico, hemograma, perfil renal, perfil hepático e fração proteica, cistocentese guiada por ultrassom, análise físico-química, cultura da urina, coleta de LCR para realização de citologia e cultura bacteriana e coleta da secreção vaginal para cultura bacteriana e antibiograma. Por fim realizou-se laparotomia exploratória para descarte de coto uterino. Ao exame físico constatou-se presença de nistagmo horizontal bilateral, rigidez cervical, ausência de resposta a dor profunda, ausência de reflexo tibial cranial, déficit proprioceptivo no membro posterior direito além de secreção vulvar enegrecida. No hemograma, constatou-se discreta anemia normocítica normocrômica, trombocitopenia e monocitopenia. Os perfis renal e hepático e a fração proteica não apresentaram alterações. A urianálise apresentou aspecto turvo, pH alcalino, presença de hemácias e leucócitos, além de cristais como fosfato amorfo e triplo. Na urocultura obteve-se crescimento, isolamento e identificação do microrganismo Streptococcus spp. Os resultados encontrados no exame citológico do líquor foram pequena quantidade de material proteico eosinofílico, amorfo, finamente granular, densidade e proteínas pouco aumentados. A ultrassonografia e laparotomia exploratória auxiliaram no descarte dos diagnósticos diferenciais da vaginite. Quanto aos exames microbiológicos das amostras de LCR e secreção vaginal obteve-se em ambas o crescimento do gênero de bactérias gram-positivas Staphylococcus. Dessa forma o presente relato permitiu concluir que a vaginite pode desencadear meningoencefalite por conta da translocação bacteriana através da circulação sanguínea.

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Publicado

03-08-2021

Edição

Seção

Medicina veterinária

Como Citar

Meningoencefalite bacteriana secundária à vaginite em um canino: Relato de caso. (2021). Pubvet, 15(08). https://doi.org/10.31533/pubvet.v15n08a885.1-7