Osteossíntese de fratura/luxação lombossacra com pinos de Schanz pediculares associados ao polimetilmetacrilato em sete cães
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Palavras-chave:
Cão, lombossacra, fratura, luxação, estabilização cirúrgicaResumo
A fratura/luxação lombossacra é uma afecção traumática da coluna vertebral relativamente comum em cães e que apresenta certa peculiaridade em sua conformação, pois na maioria das vezes há fratura oblíqua do corpo vertebral de L7 e deslocamento cranioventral da porção fraturada de L7 e sacro, o que leva à comprometimento das raízes da cauda equina e, portanto, alterações neurológicas como dor, paresia e incontinência urinária/fecal. O objetivo deste trabalho foi avaliar em cães com esta afecção, atendidos em um Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina entre 2014 e 2020, os sinais clínicos/neurológicos, complicações e resultados da estabilização cirúrgica com pinos de Schanz inseridos no pedículo e corpo vertebral de L7 e sacro associados ao polimetilmetacrilato (PMMA). Foram atendidos sete cães sem raça definida, seis fêmeas e um macho, em média 31 horas após a ocorrência do trauma. A idade dos pacientes variou de 11 meses a 7 anos e a média de peso foi de 8,56 kg. Dos sete cães, seis apresentaram fratura de corpo vertebral de L7, ocasionada por atropelamento e um apresentou subluxação entre L7-S1, decorrente de queda de sofá. O diagnóstico foi realizado com base nos achados do exame neurológico e radiografia simples. Os sinais clínicos mais frequentes foram agressividade devido a dor intensa na região lombossacra, paraparesia/ausência de propriocepção nos membros pélvicos, esfíncter anal relaxado e ausência de movimento da cauda/flacidez. Além da lesão vertebral, foram observadas lesões concomitantes em 71,43% dos pacientes, tais como fratura de pelve, fêmur, costela e contusão pulmonar, o que levou à realização da cirurgia em média 5,29 dias após o trauma. Em três casos, além da cirurgia de estabilização, foi realizada a laminectomia lombossacra para descompressão e inspeção das raízes nervosas. Logo após a cirurgia houve melhora significativa da dor e a média de tempo para os animais voltarem a caminhar foi de 2,7 dias. Os cuidados pós-operatórios incluíram analgesia, realização da massagem vesical pelo menos quatro vezes ao dia, troca de decúbito em intervalos regulares, limpeza dos pontos e higiene perianal por conta de assaduras provenientes da incontinência fecal. As principais sequelas foram incontinência urinária e fecal em 57,14% dos animais, seguida de claudicação dos membros pélvicos em 28,57%. A técnica cirúrgica utilizada foi eficaz para a estabilização vertebral, mas as lesões das raízes nervosas do nervo pudendo e cauda podem ser irreversíveis levando a sequelas principalmente do controle vesical, especialmente nos casos nos quais a cirurgia não foi realizada precocemente.
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