Conhecimento dos tutores sobre ectoparasitas em cães e gatos na região do Sul de Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v18n08e1635Palavras-chave:
carrapatos, controle, ectoparasitas, ectoparasitoses, pulgas, zoonosesResumo
Atualmente, sabe-se que a população dos animais domésticos aumenta exponencialmente, em especial dos cães e gatos. Desta forma, devido à proximidade dos animais com o homem, pode ocorrer a transmissão de doenças de caráter zoonótico, que, em grande parte, são causadas por ectoparasitas, como pulgas e carrapatos. Assim sendo, faz se necessário métodos eficazes de controle e prevenção dos parasitas. O presente estudo visou descrever a ocorrência de ectoparasitas em cães e gatos na região do Sul de Minas Gerais, e entender o conhecimento dos tutores sobre os principais ectoparasitas de pequenos animais e seus métodos de controle e prevenção. Foi possível estabelecer o perfil dos 91 tutores que participaram da pesquisa por meio de questões que abordaram gênero, idade, nível de escolaridade e cidade de residência. Foram contabilizados ao todo 260 cães e 181 gatos. Desses, 49 participantes alegaram ter apenas cão e apenas gato e sete terem ambas as espécies. Dados que evidenciam a preferência por cão no território brasileiro. Acerca do sexo dos cães, prevalece a maior população de fêmeas não castradas e dos gatos não castrados. Em relação ao número de animais que recebem acompanhamento com médico veterinário, o total de respostas foi de 47 sendo para não e 106 para sim. O carrapato-marrom foi encontrado em 122 animais, o carrapato-estrela em 54, a pulga em 202, miíase em 45 e 16 tutores responderam que encontraram outro tipo de parasita. Acerca do controle de ectoparasitas, é realizado controle mensal (63 animais), trimestral (91), semestral (111), anual (82) e não realizam controle (59). 98 cães e 60 gatos recebem ectoparasiticidas via oral, 11 cães e quatro gatos fizeram o uso de coleiras, o uso de pipetas acontece em três cães e 28 gatos. Quinze tutores não sabem qual método usar. Treze cães foram diagnosticados com erliquiose, três animais com babesiose e 10 com outras doenças parasitárias. Sobre os tratamentos realizados: 26 tutores afirmaram seguir o tratamento prescrito pelo médico veterinário, 20 não sabem a origem da prescrição e um afirmou ser indicação de outra pessoa. Conclui-se que tutores reconhecem os riscos das transmissões de agentes etiológicos de doenças; porém pouco sabem sobre zoonoses. Assim, cabe aos profissionais de saúde e médicos veterinários passarem a orientação sobre os ectoparasitas e sua relação com as zoonoses. A ocorrência de ectoparasitas é frequente; porém com o controle feito de maneira correta, garante-se o bem-estar e a saúde dos animais.
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