Eficiência de desinfetantes na inibição da embriogênese de larvas em ovos de Toxocara canis
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v17n6e1403Keywords:
desinfetante, larvas, toxocaríase, zoonóticaAbstract
A toxocaríase é uma doença zoonótica causada pelo parasito Toxocara canis, que tem como habitat o intestino delgado de cães. A infecção humana ocorre através da ingestão de ovos embrionados presentes no ambiente contaminado, como consumo de alimentos crus ou beber água contaminada com ovos do parasito. Essa enfermidade tem ampla distribuição geográfica e a falta de precauções e controle da doença, juntamente com condições inadequadas de vida dos animais, ampliam os riscos de transmissão. Portanto, medidas profiláticas, como vermifugação regular de animais e essencialmente a higienização adequada do ambiente, de alimentos e água são importantes para diminuir casos de contaminação. Neste sentido o presente estudo busca testar reagentes desinfetantes para inviabilizar a larva no interior dos ovos de T. canis, com o intuito de controlar essa enfermidade. Para esse estudo foram utilizados parasitos da espécie T. canis, fornecidos por uma clínica veterinária, onde os ovos foram recuperados, purificados e distribuídos em poços de placas de cultura, a qual foi adicionado diferentes reagentes desinfetantes em diferentes concentrações e tempos. Posteriormente o conteúdo foi lavado e os ovos transferidos para garrafas de cultura e adicionado PBS. Como controle, amostras de ovos foram mantidas em água destilada. Após 40 dias, com auxílio de microscópio, foi realizado a observação do desenvolvimento larvar no interior dos ovos. Para determinar a viabilidade da larva foi observado a embriogênese, com o desenvolvimento larvar em seu interior. De doze produtos testados um demonstrou eficácia, em inativar a embriogênese larvar de T. canis, quando exposto ao reagente desinfetante após 24 e 48 horas, sem estar diluído. Os dados obtidos neste estudo poderão contribuir para o desenvolvimento de programas mais efetivos para o controle desta enfermidade.
References
Barbosa, F. S., Leite, M. H., de Faria, M. T., Gontijo, B. D. A. V., Fontes, G. P., & Martins, A. (2021). Sterilization potential of Ascaris lumbricoides eggs in the presence of different disinfectant agents. Revista Conexão Ciência I, 15(4), 32-40. https://doi.org/10.24862/cco.v15i4.1380
Barros, V. L., Oliveira, R. L., Ramos, D. G. S., Ribeiro, R. M., & Ribeiro, D. S. F. (2018). Toxocara canis: relato de caso em cão jovem. Anais Colóquio Estadual de Pesquisa Multidisciplinar.
Borges, H., & Ferreira, J. M. (2020). Leucocorias e seus diagnósticos diferenciais: Um relato de caso. Revista Da Faculdade de Medicina de Teresópolis, 4(1).
Bouchet, F., Boulard, Y., Baccain, D., & Leger, N. (1986). Ultrastructural studies of alterations induced by microwaves in Toxocara canis eggs: prophylactic interest. Zeitschrift Für Parasitenkunde, 72, 755–764. https://doi.org/10.1007/bf00925096
Capella, G. A., Moura, M. Q., Perera, S. C., Pinheiro, N. B., Freitag, R. A., Guterres, K. A., Silva, C. C., Terto, W. D. S., Strothmann, A. L., & Ferraz, A. (2022). Potencial in vitro de óleos essenciais de plantas da família Lamiaceae em ovos e larvas de Toxocara spp. Medicina Veterinária, 16(4), 272–279. https://doi.org/10.26605/medvet-v16n4-5227.
Carvalho, R. O., & Araújo, J. V. (2009). Eficácia do fembendazol e do pamoato de pirantel sobre nematóides intestinais de cães. Revista Ceres, 56(3), 303–307.
Chieffi, P. P., & Müller, E. E. (1976). Prevalência de parasitismo por Toxocara canis em cães e presença de ovos de Toxocara sp. no solo de localidades públicas da zona urbana do município de Londrina, Estado do Paraná, Brasil. Revista de Saúde Pública, 10(4), 367–372. https://doi.org/10.1590/s0034-89101976000400010.
Felix, D. A. S., Silva, C. X., Gomes, J. S., Dias, E. G., Freitas, J. S., Fernandes, L. E. dos S., Mendes, T. M., & Farias, L. A. (2020). Toxocara spp., Larva migrans visceral e Saúde Pública: Revisão. PUBVET, 14(12), 1–8. https://doi.org/10.31533/pubvet.v14n12a719.1-8.
Fernandes, I. R. L., Fortes, A. P., de Souza Teles, I. C., Souza, R. D. & Pinto, L. C. (2021). Contaminação parasitária das águas dos mananciais do Utinga e em residências em Belém, Pará, Brasil. Revista Destaques Acadêmicos, 13(3). https://doi.org/10.22410/issn.2176-3070.v13i3a2021.2859
Ferreira, J. V. F. V., Leite, R. B. C. H., Holanda, C. M. C. X., & Barbosa, V. S. A. (2020). Soroprevalência para toxoplasmose em gestantes. Educação, Ciência e Saúde, 7(1), 101–116. https://doi.org/10.20438/ecs.v7i1.270.
Fialho, C. G., Teixeira, M. C., & Araujo, F. A. P. (2009). Toxoplasmose animal no Brasil. Acta Scientiae Veterinariae, 37(1), 1–23. https://doi.org/10.22456/1679-9216.16180
Frassy, L. N., Braga, F. R., Silva, A. R., Araújo, J. V., Ferreira, S. R., & Freitas, L. G. (2010). Destruição de ovos de Toxocara canis pelo fungo nematófago Pochonia chlamydosporia. Revista Da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 43(1), 102–104. https://doi.org/10.1590/s0037-86822010000100024.
Gazzinelli-Guimarães, P. H., Gazzinelli-Guimarães, A. C., Silva, F. N., Mati, V. L. T., de Carvalho Dhom-Lemos, L., Barbosa, F. S., Passos, L. S. A., Gaze, S., Carneiro, C. M., Bartholomeu, D. C., Bueno, L. L. & Fujiwara, R. T. (2013). Parasitological and immunological aspects of early Ascaris spp. infection in mice. International journal for parasitology, 43(9), 697-706. https://doi.org/10.1016/j.ijpara.2013.02.009
Jacob, C. M. A., Zuccolotto, S. M., Peres, B. A., Bach Rizatti, B. C., Oselka, G. W., Camargo, M. E., & Chen, S. (1984). Larva migrans visceral por" Toxocara canis". Estudo das caracteristicas clinicas e laboratoriais de 7 casos humanos. AMB Rev. Assoc. Med. Bras, 30(6), 187–191.
Jesus, N. (2014). Avaliação dos sanitizantes para eliminação dos ovos de Toxocara canis em alface (Lactuca sativa L.). Acervo Da Iniciação Científica, 1. https://doi.org/10.13102/semic.v0i20.3083
Kohler, L. I. A., Azevedo, J., Caetano, L. M., Machado, L. N., Souza, L. A., Lima, M. A., & Souza, L. J. (2017). Acometimento visceral e ocular simultâneo em infecção por toxocara canis acompanhado de farmacodermia. Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, 15(2), 112–115.
Labruna, M. B., Pena, H. F. J., Souza, S. L. P., Pinter, A., Silva, J. C. R., Ragozo, A. M. A., Camargo, L. M. A., & Gennari, S. M. (2022). Prevalência de endoparasitas em cães da área urbana do município de Monte Negro, Rondônia. Arquivos do Instituto Biológico, 73, 183–193. https://doi.org/10.1590/1808-1657v73p1832006
Lallo, M. A., Spadacci-Morena, D. D., Dall, S., & Coutinho, A. (2016). Comportamento humano na criação de cães e a prevalência de parasitos intestinais com potencial zoonótico. Revista Acadêmica Ciência Animal, 14, 119–128. https://doi.org/10.7213/academica.14.2016.13
Leal, P. D. S. & Coelho, C. D. (2014). Toxoplasmose em cães: uma breve revisão.Coccid, 2, 2-39.
Lopes, T. V., Morais, W. E. S., Almeida, G. B. M., Rosas, F. M. P., Souza, T. A., Muniz, I. M., Schons, S. V., & Souza, F. A. (2021). Estudo da prevalência de endoparasitos em fezes de cães domiciliados na zona norte de Porto Velho, Rondônia, Brasil. Research, Society and Development, 10(10), e90101018217–e90101018217. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18217.
Machado, A. B., & El Achkar, M. E. (2003). Larva migrans visceral: relato de caso. Anais Brasileiros de Dermatologia, 78, 215–219. https://doi.org/10.1590/s0365-05962003000200009.
Massara, C. L., Ferreira, R. S., Andrade, L. D., Guerra, H. L., & Carvalho, O. S. (2003). Atividade de detergentes e desinfetantes sobre a evolução dos ovos de Ascaris lumbricoides. Cadernos de Saúde Pública, 19(1), 335–340. https://doi.org/10.1590/s0102-311x2003000100039
Mello, C. S., Mucci, J. L. N., & Cutolo, S. A. (2011). Contaminação parasitária de solo em praças públicas da zona leste de São Paulo, SP - Brasil e a associação com variáveis meteorológicas. Revista de Patologia Tropical, 40(3), 253–262. https://doi.org/10.5216/rpt.v40i3.15976.
Moraes, F. R., Soccol, V. T., Castro, E. A., Hennig, L., Pereira, J. T., & Oliveira, V. P. (2004). Eficácia de dois sistemas de tratamento anti-helmíntico em filhotes de cães com infecção natural. Archives of Veterinary Science, 9(1). https://doi.org/10.5380/avs.v9i1.4047.
Mota, A. F., Machado, V., Peças, S., Viegas, V., Emílio, A., & Vicente, M. (2016). Toxocara canis, o passageiro clandestino de um voo. Revista Nascer e Crescer, 25(2), 113–117.
Nunes, H., Moura, A. S., Gontijo, E. L., & Silva, M. G. (2018). Prevalência de parasitas intestinais em cães triados no Centro de Controle de Zoonoses de Gurupi, Tocantins. Revista Cereus, 10(3), 27–37. https://doi.org/10.18605/2175-7275/cereus.v10n3p27-37.
Okulewicz, A., Perec-Matysiak, A., Buńkowska, K., & Hildebrand, J. (2012). Toxocara canis, Toxocara cati and Toxascaris leonina in wild and domestic carnivores. Helminthologia, 49(1), 3–10. https://doi.org/10.2478/s11687-012-0001-6.
Overgaauw, P. A. M., & van Knapen, F. (2013). Veterinary and public health aspects of Toxocara spp. Veterinary Parasitology, 193(4), 398–403. https://doi.org/10.1016/j.vetpar.2012.12.035.
Queiroz, M. L., & Chieffi, P. P. (2005). Síndrome de larva migrans visceral e Toxocara canis. Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, 50(3), 117–120. https://doi.org/10.26432/1809-3019.2018.63.2.135
Santarém, V. A., Rubinsky-Elefant, G., Chesine, P. A. F., & Leili, F. N. C. (2009). Toxocaríase canina e humana. Veterinária e Zootecnia, 16(3), 437–447.
Santos, J. G., Piveli, R. P., Campos, F., Sundefeld, G., Sousa, T. S., & Cutolo, S. A. (2012). Análise parasitológica em efluentes de estações de tratamento de águas residuárias. Revista de Patologia Tropical, 41(3). https://doi.org/10.5216/rpt.v41i3.20752
Takizawa, M. G. M. H., Beletini, L. F., & Takizawa, L. H. H. (2014). Enteroparasitas em alfaces (Lactuca sativa) variedade crespa previamente tratadas com desinfetantes. Revista Thêma et Scientia, 4(1).
Tavares, P. V. (2011). Ação de diferentes desinfetantes na viabilidade e desenvolvimento de ovos e na migração larvar de Toxocara cati (Schrank, 1788) em camundongos. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2022v43n3p1343
Verocai, G. G. (2008). Infecção patente em cães adultos com larvas de Toxocara canis (Werner, 1782) recuperadas de camundongos experimentalmente infectados. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. https://doi.org/10.14393/ufu.di.2022.5377
Vicente, J. J., Rodrigues, H. D. O., Gomes, D. C. & Pinto, R. M. (1997). Nematóides do Brasil. Parte V: nematóides de mamíferos. Revista Brasileira de Zoologia,14, 1-452. https://doi.org/10.1590/s0101-81751997000500001
Wharton, D. (1980). Nematode egg-shells. Parasitology, 81(2), 447–463. https://doi.org/10.1017/s003118200005616x
Zaniní, G. M., & Graeff-Teixeira, C. (1995). Angiostrongilose abdominal: profilaxia pela destruição das larvas infectantes em alimentos tratados com sal, vinagre ou hipoclorito de sódio. Revista Da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 28, 389–392. https://doi.org/10.1590/s0037-86821995000400013.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2023 Thais Lage Pereira, Douglas Lopes Borges, Thamires Guedes Torquato, Jaqueline Ferreira Condé de Melo Andrade, Mariana Teixeira de Faria, Leonardo Trindade Ituassu, Ivani Pose Martins, Fernando Sérgio Barbosa
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença. De acordo com os termos seguintes:
Atribuição
— Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso. Sem restrições adicionais
— Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.