Pythium insidiosum em equino: Relato de caso

Autores

  • Débora Zaro Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Cristine Bitencourt Redivo Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Bárbara Alibio Moraes Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Flávia Umpierre Bueno Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Carlos Afonso de Castro Beck Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • André Luiz de Araújo Rocha Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.31533/pubvet.v12n12a223.1-6

Palavras-chave:

cavalo, fungo, terapêutica, vacina

Resumo

A pitiose é uma afecção granulomatosa crônica que acomete equinos e outras espécies como cães, bovinos, caprinos, felinos, animais silvestres e seres humanos. Ocorre em regiões de climas tropicais, subtropicais ou temperados, e em áreas com acúmulo de água, banhados e lagoas. O Brasil está entre os países tropicais como local endêmico de pitiose equina. O agente etiológico em mamíferos é um oomiceto do Reino Stramenopila, Filo Oomycota, Classe Oomycetes, Ordem Pythiales, Família Pyhtiaceae, Gênero Pythium, Espécie Pythium insidiosum. É um parasita de plantas aquáticas, que através de reprodução assexuada produz zoósporos que podem infectar os animais. Causa grandes prejuízos na equinocultura e o prognóstico da doença depende da extensão das lesões e comprometimento de estruturas como tendões, articulações e tecidos ósseos. É uma doença que provoca um quadro infeccioso na pele e região subcutânea, pode apresentar quadros sistêmicos, pulmonares, gastrointestinais, oculares, entre outros. A enfermidade em equinos caracteriza-se pela formação de granulomas eosinofílicos, com a presença de massas necróticas denominadas de “kunkers”. Os “kunkers” histologicamente apresentam-se como concreções eosinofílicas de tamanho variado, forma circular, contornos irregulares, compostas de hifas, colágeno, arteríolas e células inflamatórias. Muitos protocolos para tratamento têm sido utilizados: químicos (antifúngicos), cirúrgicos e de imunoterapia. O tratamento mais indicado para a cura da pitiose em equinos é a remoção cirúrgica do granuloma combinada com a imunoterapia. Porém, o tratamento é complicado devido a características singulares do agente que difere dos fungos verdadeiros na produção de zoósporos móveis e na composição de sua parede celular. Fungos verdadeiros possuem quitina em sua parede, enquanto o Pythium contém celulose e β-glucanas, o que dificulta a penetração dos fármacos. Neste trabalho, propõe-se relatar um caso de pitiose diagnosticado em um equino atendido no Hospital de Clínicas Veterinárias (HCV) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Observou-se um tratamento longo, dispendioso, com complicações e reações adversas no local de aplicação do imunoterápico. Contudo, a terapia foi eficiente na diminuição da lesão, melhora do quadro infeccioso da pele e região subcutânea.

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Publicado

11-01-2019

Edição

Seção

Medicina veterinária

Como Citar

1.
Zaro D, Bitencourt Redivo C, Alibio Moraes B, Umpierre Bueno F, de Castro Beck CA, de Araújo Rocha AL. Pythium insidiosum em equino: Relato de caso. Pubvet [Internet]. 11º de janeiro de 2019 [citado 10º de janeiro de 2025];12(12). Disponível em: https://ojs.pubvet.com.br/index.php/revista/article/view/965