Emissão de metano na pecuária: relação causa-efeito e mecanismos modulatórios

Resumo

A pecuária apresenta grande importância no cenário econômico brasileiro, desenvolvida em todos os estados e ecossistemas do País, sendo que o setor de corte brasileiro apresenta uma ampla gama de sistemas de produção. A produção de carne bovina brasileira é principalmente de sistemas de produção em pastagem, sendo que o Brasil possui uma área de 180 milhões de hectares de pasto, onde mais da metade deste total apresentam algum grau de degradação do solo e da pastagem, principalmente em estágios avançados. A emissão de metano pelos ruminantes é responsável por 22% deste gás na atmosfera, constituindo a terceira maior fonte em escala global. O gás metano (CH4) possui uma participação significativa de 15% no aquecimento global, contudo o Brasil apresenta grande potencial de redução da emissão do gás metano, através da melhoria dos índices produtivos de sua pecuária. Melhorias na alimentação e na genética dos animais resultam numa menor emissão de CH4 durante o ciclo de vida do animal. Além disso, essas melhorias resultam numa maior produção de carne resultando em um duplo benefício: o ambiental e o econômico. O CH4 é considerado o segundo maior contribuinte para o aquecimento da terra, através da absorção de radiação infravermelha em atmosfera ficando atrás somente do dióxido de carbono (CO2). O aumento de sua concentração na atmosfera está intimamente ligado com a expansão mundial da população humana, visto que as principais fontes emissoras, além da fermentação entérica são os aterros sanitários, uso de combustíveis fósseis e práticas agrícolas. Dessa forma, objetivou-se com a presente revisão levantar os apontamentos da literatura científica acerca da produção de metano vinculados aos ruminantes e, traçar mecanismos modulatórios que permitam a produção desses animais com altos níveis produtivos e baixa emissão desse gás.