Estratégia vacinal felina: prevenção ou mercantilismo?

Resumo

Por meio de um estudo retrospectivo a partir de levantamento de dados através do programa SimplesVet® utilizado em um Hospital Veterinário (HV) particular localizado no município de Belém-PA objetivou-se correlacionar dados clínico-laboratoriais de felinos atendidos no estabelecimento com estratégias vacinais amplamente utilizadas para imunização desta espécie e disponíveis na literatura. Para isso, 145 gatos atendidos durante a rotina clínica do HV foram submetidos ao teste de positividade para o Vírus da Leucemia Felina (FeLV) e Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV), utilizando-se o kit de imunocromatografia de fluxo bidirecional (SNAP® Combo IDEXX) para tais agentes, no período entre setembro de 2018 e fevereiro de 2020. Variáveis individuais foram consideradas para verificar a influência dos resultados. Somente seis dos 145 gatos avaliados foram positivos para o FeLV (4,14%), 11 foram positivos para o FIV (7,59%). Os animais acometidos por FIV tinham variação de idade (12 a 60 meses), enquanto que, para os positivos para FeLV, as faixas etárias variaram entre 1 a 5 meses e 72 a 108 meses. Felinos machos foram mais predispostos a serem positivos para FIV. A identificação dos fatores associados à infecção relacionados ao comportamento e/ou perfil de criação do animal e a correlação com as estratégias mercadológicas na região, pode ser útil para delinear estratégias eficazes de detecção e combate às doenças retrovirais em felinos. Ressalta-se que, a busca por protocolos vacinais individualizados, apesar de se beneficiar de observações e experiências individuais, não deve ser confundida com movimentos anti-vacinação. Vacinas salvam vidas, com a sua utilização sendo um consenso entre os profissionais de saúde, porém, com critérios, sempre que possível