Casuística de micoses em pequenos animais atendidos em Hospital Veterinário Universitário do Ceará: estudo retrospectivo

Autores

  • Rosane Cruz Universidade Estadual do Ceará - UECE
  • Barbara Wilka Leal Silva Universidade Federal Rural da Amazônia
  • Géssica dos Santos Araújo Universidade Federal do Ceará
  • Adriana de Queiroz Pinheiro Universidade Estadual do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.31533/pubvet.v14n7a614.1-9

Palavras-chave:

cães, epidemiologia, fungos, gatos

Resumo

A utilização crescente de terapias imunossupressivas e o surgimento de infecções retrovirais, tanto em humanos como animais, foram decisivas para a expansão de doenças oportunistas, em grande parte fúngicas. Tendo em vista esta realidade, desde 2013 o Laboratório de Microbiologia Veterinária (LAMICRO) da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará desenvolve atividades de pesquisa e extensão fornecendo diagnóstico micológico para amostras oriundas de pequenos animais atendidos na Unidade Hospitalar Veterinária e posteriormente no Hospital Veterinário Sylvio Barbosa Cardoso. Assim, objetivou-se documentar a casuística e os diagnósticos realizados pelo LAMICRO em um período de 5 anos, enfatizando a importância do diagnóstico micológico e contribuindo para o estabelecimento do perfil epidemiológico na região. Para tanto, foi realizado uma avaliação retrospectiva das fichas contendo os dados dos animais, os sinais clínicos, a suspeita principal e os demais exames solicitados. Entre julho de 2013 a dezembro de 2018 foram recebidas 2.431 amostras, dentre estas 543 foram positivas para algum tipo de micose de importância veterinária. Os casos de micoses, diagnosticadas no período de 5 anos, acometeram preponderantemente caninos entre 2 e 10 anos de idade e felinos com até 2 anos de idade; foram mais frequentes em cães e gatos sem raça definida, manifestaram-se em ambas as espécies, por lesões alopécicas, difusas e crostosas; topograficamente, observaram-se lesões assestadas em ambas as espécies nas regiões cefálica, torácica, de membros, cervical e abdominal; tiveram como agentes etiológicos mais comuns Malassezia pachydermatis e Microsporum canis. O conhecimento da epidemiologia das micoses em animais de estimação, principalmente dos dermatófitos, é importante para diminuir a disseminação de infecção por fungos zoofilicos para humanos e auxiliar na obtenção de medidas profiláticas na disseminação da doença entre animais. O exame direto, utilizado no presente estudo, é uma importante forma de diagnóstico e pode auxiliar o clínico reduzindo o tempo necessário para o início do tratamento, no entanto ainda é pouco sensível, dessa forma faz se necessário o uso da cultura fúngica para obter melhores resultados; ambos, associados à clínica do animal, fornecem um diagnóstico mais preciso para que a terapêutica estabelecida seja eficaz para um melhor tratamento e prognóstico dos casos clínicos.

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Publicado

03-08-2020

Edição

Seção

Medicina veterinária

Como Citar

1.
Cruz R, Wilka Leal Silva B, dos Santos Araújo G, de Queiroz Pinheiro A. Casuística de micoses em pequenos animais atendidos em Hospital Veterinário Universitário do Ceará: estudo retrospectivo. Pubvet [Internet]. 3º de agosto de 2020 [citado 25º de dezembro de 2024];14(07). Disponível em: https://ojs.pubvet.com.br/index.php/revista/article/view/402