Aspectos ultrassonográficos em baço por infecção natural por Leishmania spp.
Relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v19n02e1721Palavras-chave:
Baço, cães, leishmaniose, ultrassomResumo
A Leishmaniose canina é uma zoonose, de grande relevância para a saúde pública, que possui uma vasta gama de apresentação e sintomatologia clínica onde, em regiões não endêmicas, acabam por ser subdiagnosticada. Provocada por um protozoário, essa arbovirose possui os cães como os principais reservatórios, sendo um desafio o seu controle. O ultrassom abdominal acaba sendo uma ferramenta de fácil acesso, indolor e baixo custo, sendo de grande importância para a condução do caso, por evidenciar algumas lesões. O baço é um órgão que possui importantes funções como o reconhecimento dos antígenos, produção de células de defesa e hematopoiese. Nos animais acometidos, ao exame ultrassonográfico, as lesões visualizadas podem mimetizar alterações vistas em inflamações ativas e ou neoplasias benignas ou malignas devido a intensa proliferação e alteração estrutural em suas células com consequente aumento de reatividade no tecido adjacente que tal protozoário ocasiona, sendo assim, para o fechamento do diagnostico, preconiza- se a realização de outros exames como histopatológico do baço alterado e testes parasitológicos para detecção do parasita. O objetivo desse trabalho é conhecer essas alterações que se tornam de extrema importância para a condução do caso, uma vez que na região na qual a doença foi diagnosticada não é considerada endêmica para tal patologia.
Referências
Alexandre-Pires, G., Brito, M. T. V., Algueró, C., Martins, C., Rodrigues, O. R., Fonseca, I. P., & Santos-Gomes, G. (2010). Canine leishmaniosis. Immunophenotypic profile of leukocytes in different compartments of symptomatic, asymptomatic and treated dogs. Veterinary Immunology and Immunopathology, 137(3), 275–283.
Alexandre-Pires, G., Pais, D., Correia, M., & Pina, J. A. E. (2006). Leishmaniosis - A report about the microvascular and cellular architecture of the infected spleen in Canis familiaris. Microscopy Research and Technique, 69(4), 227–235. https://doi.org/10.1002/jemt.20267.
Almeida, P. M. G., Magalhães, P. V., Santos, L. S., Jesus, J., Modesto, I. F. G., Lopez, G. A., & Santos, R. (2022). Controle de qualidade em ultrassom: uma perspectiva sobre principais recomendações. Revista Científica Internacional da Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia, 4(2). https://doi.org/10.51126/revsalus.v4i2.190.
BRASIL. (2014). Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de vigilância e controle da leishmaniose visceral / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 1. ed., 5. reimpr. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 120 p.: il. ISBN 978-85-334.
Cardoso, L. (1998). Aplicação do teste intradérmico na leishmaniose canina: Detecção de portadores assintomáticos. Universidade de Lisboa.
Carvalho, C. F., & Chammas, M. C. (2008). Uso do ultrassom duplex Doppler no diagnóstico de shunt portossistêmico em gatos. Arquivo Brasileiro de Medecina Veterinária e Zootecnia, 60(1), 109–112.
Dantas-Torres, F., Miró, G., Baneth, G., Bourdeau, P., Breitschwerdt, E., Capelli, G., Cardoso, L., Day, M. J., Dobler, G., & Ferrer, L. (2019). Canine leishmaniasis control in the context of One Health. Emerging Infectious Diseases, 25(12), 1–4. https://doi.org/10.3201/eid2512.190164.
Dionísio, M. I. M. (2016). Prevalência da doença esplênica em cães e sobrevivência após esplenectomia estudo retrospectivo. Universidade de Lisboa.
Escobar, T. A., Dowich, G., Santos, T. P., Zuravski, L., Duarte, C. A., Lübeck, I., & Manfredini, V. (2019). Assessment of Leishmania infantum infection in equine populations in a canine visceral leishmaniosis transmission area. BMC Veterinary Research, 15(381), 1–9. https://doi.org/10.1186/s12917-019-2108-1.
Feliciano, M. A. R., Canola, J. C., & Vicente, W. R. R. (2015). Diagnóstico por imagem em cães e gatos. MED VET Livros.
Fonseca Júnior, J. D., Mazzinghy, C. L., França, E. C., Pinow, A. C. S., & Almeida, K. S. (2021). Leishmaniose visceral canina: Revisão. PUBVET, 15(3), 1–8. https://doi.org/10.31533/pubvet.v15n03a779.1-8.
Freitas, A. L., Kinoshita, A. S., Pimentel, B. Z., Malheiros, D. A., Oliveira, E. R., Nascimento, G. Y. S., Júlio, J. B., Paes, J. M., Amorim, T. M. S., & Araújo, T. L. (2022). Leishmaniose visceral canina: Revisão. PUBVET, 16(10), 1–20. https://doi.org/10.31533/pubvet.v16n10a1245.1-20.
Freitas, E. (2015). Manual Técnico de Leishmanioses Caninas-Leishmaniose Tegumentar Americana e Leishmaniose Visceral. CRMV-PR.
Gontijo, C. M. F., & Melo, M. N. (2004). Leishmaniose visceral no Brasil: Quadro atual, desafios e perspectivas. Revista Brasileira de Epidemiologia, 7(3), 139–149. https://doi.org/10.1590/s1415-790x2004000300011.
Koutinas, A. F., Polizopoulou, Z. S., Saridomichelakis, M. N., Argyriadis, D., Fytianou, A., & Plevraki, K. G. (1999). Clinical considerations on canine visceral leishmaniasis in Greece: A retrospective study of 158 cases (1989-1996). Journal of the American Animal Hospital Association, 35(5), 376–383. https://doi.org/10.5326/15473317-35-5-376.
Leão, A. P. (2018). Estudo retrospectivo da prevalência das alterações ultrassonográficas em baço de cães e gatos. Universidade Federal Rural da Amazonia.
Lima, C. A., Teixeira, K. R., Moreira, J. P. F. F., & Teixeira, K. R. (2013). Diagnóstico da leishmaniose visceral canina: Uma revisão. PUBVET, 7, 2565–2677.
Maia, C., Ramada, J., Cristóvão, J. M., Gonçalves, L., & Campino, L. (2009). Diagnosis of canine leishmaniasis: Conventional and molecular techniques using different tissues. Veterinary Journal, 179(1), 142–144. https://doi.org/10.1016/j.tvjl.2007.08.009
Miró, G., Petersen, C., Cardoso, L., Bourdeau, P., Baneth, G., Solano-Gallego, L., Pennisi, M. G., Ferrer, L., & Oliva, G. (2017). Novel areas for prevention and control of canine leishmaniosis. Trends in Parasitology, 33(9), 718–730. https://doi.org/10.1016/j.pt.2017.05.005.
Monteiro, C. B., & O’Brien, R. T. (2004). A retrospective study on the sonographic findings of abdominal carcinomatosis in 14 cats. In Veterinary Radiology and Ultrasound (Vol. 45, Issue 6, pp. 559–564). https://doi.org/10.1111/j.1740-8261.2004.04096.x,
Monteiro, S. G., Stainki, D. R., Dalmolin, F., Braccini, E. T., Pinto-Filho, S. T. L., Gaira, M. S., Mello, F. P. S., Quaresma, P. F., & Gontijo, C. M. F. (2010). Detecção de Leishmania infantum em cão no município de Uruguaiana, RS: uma contribuição para a discussão das leishmanioses na região Sul do Brasil. Veterinária e Zootecnia, 17(4), 497–501.
Nelson, R., & Couto, C. G. (2015). Medicina interna de pequenos animais (3.ed.). Elsevier Brasil.
Penninck, D. G., & D’Anjou, M. A. (2011). Atlas de ultrassonografia de Pequenos animais (p. 513p.). Guanabara Koogan.
Pennisi, M. G. (2015). Leishmaniosis of companion animals in Europe: An update. Veterinary Parasitology, 208(1–2). https://doi.org/10.1016/j.vetpar.2014.12.023
Rebelo, Z. I. L. (2016). Caracterização dos comportamentos de tutores de animais de estimação numa amostra não probabilística. Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia.
Sarmento, A. M. C., Guazelli, A., Barreto, L. F. G., Costa, V. M., Hoffmann, J. L., Lucheis, S. B., Langoni, H., & Pinheiro, S. R. (2007). Estudo da leptospirose em cães e gatos, da leishmaniose e doença de Chagas em cãs de aldeias indígenas guaranis em Parelheiros, Município de São Paulo - SP. Veterinária e Zootecnia, 14(2), 193–203.
Schwarz, T., Rossi, F., Wray, J. D., ÅBlad, B., Beal, M. W., Kinns, J., Seiler, G. S., Dennis, R., McConnell, J. F., & Costello, M. (2009). Computed tomographic and magnetic resonance imaging features of canine segmental caudal vena cava aplasia. Journal of Small Animal Practice, 50(7), 341–349. https://doi.org/10.1111/j.1748-5827.2009.00748.x.
Seiler, G. S., Cohen, E. B., d’Anjou, M. A., French, J., Gaschen, L., Knapp, S., Salwei, R. M., & Saunders, H. M. (2022). ACVR and ECVDI consensus statement for the standardization of the abdominal ultrasound examination. Veterinary Radiology and Ultrasound, 63(6), 671. https://doi.org/10.1111/vru.13151.
Silva, A. S., Silva, R. R., Marques, B. R., Silva, B. A. S., Santana, J. F., Rocha, J. F. M., Santos, Y. P. A., Almeida, M. J., Souza, R. P., & Campos, R. N. S. (2020a). O cão não é o vilão: Vamos falar sobre leishmaniose? PUBVET, 14(7), 1–7. https://doi.org/10.31533/pubvet.v14n7a601.1-7.
Silva, B. G., Nascimento, J. P., Santos, C. M., Santos, J. M. A., Ferreira, E. de C., & Aquino, D. R. R. R. (2020). Sinais clínicos neurológicos, associados à leishmaniose visceral canina, em área endêmica: Relato de caso. PUBVET, 14(10), 1–5. https://doi.org/10.31533/pubvet.v14n10a663.1-5.
Silva, J. A. O., Carvalho, G. A., & Faustino, M. A. G. (2017). Dynamics of human visceral leishmaniasis in the municipality of Goiania - Brazil. PUBVET, 11(12), 1293–1297.
Silva, O. A., & Braga, G. M. S. (2010). Leishmaniose visceral canina no município de São Vicente Férrer, Estado de Pernambuco, Brasil. PUBVET, 4, 879–885.
Singh, S., Dey, A., & Sivakumar, R. (2005). Applications of molecular methods for Leishmania control. In Expert Review of Molecular Diagnostics, 5(2), 251–265). https://doi.org/10.1586/14737159.5.2.251.
Souza, S. R., & Costa, A. P. (2023). Perfil epidemiológico de leishmaniose visceral humana no Brasil entre 2011-2020. PUBVET, 17(1), 1–8. https://doi.org/10.31533/pubvet.v17n01a1329.
Tolezano, J. E., Matsumoto, P. S. S., Taniguchi, H. H., Bertollo, D. M. B., Pierre, M. K., Barbosa, J. E. R., Guerra, J. M., Fernandes, N. C. C. A., Figueiredo, E. M., & Esteves Junior, É. S. (2018). Avaliação da efetividade do uso de coleiras impregnadas com deltametrina no controle da leishmaniose visceral no município de Votuporanga, Estado de São Paulo, Brasil, 2014–2016. Revista Do Instituto Adolfo Lutz, 77, 1–10.
Vieira, A. F., Alvarenga, T. F. F., Oliveira, S. F. C., Coelho, E. C., Teixeira, M. C., Moscon, L. A., Rondon, D. A., & Pereira, C. M. (2020). Leishmaniose em equídeos: Revisão. PUBVET, 14(8), 1–5. https://doi.org/10.31533/pubvet.v14n8a631.1-5.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 MSc Catharina Brito, MSc Caroline Roque
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença. De acordo com os termos seguintes:
Atribuição
— Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso. Sem restrições adicionais
— Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.