Estudo hormonal, bioquímico e hematológico de cavalos utilizados em patrulhamento policial em clima equatorial

Autores

  • Suelen Andrade Ricarte Universidade Federal do Oeste do Pará
  • Misael Brito de Lima Universidade Federal do Oeste do Pará
  • Cleberson Eduardo Santos de Oliveira Universidade Federal do Oeste do Pará
  • Osvaldo Gato Nunes Neto Universidade Federal do Oeste do Pará
  • Antônio Humberto Hamad Minervino Universidade Federal do Oeste do Pará
  • Rejane Santos Sousa Universidade de São Paulo
  • Luís Fernando Gouvêa Universidade Federal de Jataí
  • Alanna do Socorro Lima da Silva Universidade Federal Rural da Amazônia
  • Ana Izabel Passarella Teixeira Universidade Federal de Mato Grosso do Sul https://orcid.org/0000-0001-9208-4288
  • Adriana Caroprezo Morini Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

DOI:

https://doi.org/10.31533/pubvet.v19n01e1711

Palavras-chave:

Bem-estar animal, cortisol, estresse, patrulhamento

Resumo

Este estudo teve como objetivo avaliar a secreção de cortisol e parâmetros bioquímicos e hematológicos em cavalos de patrulha policial, a fim de avaliar como o estresse do patrulhamento poderia alterar esses parâmetros. A amostra foi composta por dez equinos machos, adultos e hígidos. A coleta de sangue ocorreu antes e depois das patrulhas, bem como 24 e 31 horas após a primeira patrulha. As análises incluíram níveis de cortisol e taxas de secreção, lactato, lactato desidrogenase, creatina quinase e contagem de glóbulos vermelhos e brancos. Os resultados não mostraram alterações significativas nas concentrações de cortisol, mas indicaram uma taxa de ritmo circadiano reduzida. Variáveis bioquímicas, como lactato, lactato desidrogenase e creatina quinase, estavam dentro dos valores de referência. Os parâmetros hematológicos mostraram relação neutrófilos/linfócitos alterada durante todo o período de amostragem, com valores abaixo da referência ideal. Conclui-se que o patrulhamento urbano não provocou alterações temporárias nos parâmetros avaliados, sugerindo que os animais estão adaptados a esta atividade e que o tempo de descanso é adequado. Entretanto, alterações na taxa de ritmo circadiano do cortisol e na relação neutrófilos/linfócitos indicam potencial desgaste crônico no bem-estar desses animais.

Referências

Alexander, S., & Irvine, C. H. G. (1998). Stress in the racing horse: Coping vs not coping. Journal of Equine Science, 9(3). https://doi.org/10.1294/jes.9.77.

Beerda, B., Schilder, M. B. H., Van Hooff, J. A. R. A. M., & De Vries, H. W. (1997). Manifestations of chronic and acute stress in dogs. Applied Animal Behaviour Science, 52(3–4). https://doi.org/10.1016/S0168-1591(96)01131-8.

Betterle, C., Zanchetta, R., Trevisan, A., Zanette, F., Pedini, B., Mantero, F., & Rigon, F. (1983). Complement-fixing adrenal autoantibodies as a marker for ptrdictomg onset of idiophatic Addison’s disease. The Lancet, 321(8336). https://doi.org/10.1016/S0140-6736(83)92695-8.

v Binder, H. (2005). Terrestrial animal health code 2004. Schweizer Archiv Für Tierheilkunde, 147(3). https://doi.org/10.1024/0036-7281.147.3.143a.

Carretón, E., Cerón, J. J., Martínez-Subiela, S., Tvarijonaviciute, A., Caro-Vadillo, A., & Montoya-Alonso, J. A. (2017). Acute phase proteins and markers of oxidative stress to assess the severity of the pulmonary hypertension in heartworm-infected dogs. Parasites & Vectors, 10(2), 1–9.

Davis, A. K., Maney, D. L., & Maerz, J. C. (2008). The use of leukocyte profiles to measure stress in vertebrates: A review for ecologists. In Functional Ecology (Vol. 22, Issue 5). https://doi.org/10.1111/j.1365-2435.2008.01467.x.

Dittrich, J. R., Melo, H. A., Fonseca. Afonso Amanda Moser Coelho, & Dittrich, R. L. (2010). Comportamento ingestivo de equinos e a relação com o aproveitamento das forragens e bem-estar dos animais. Revista Brasileira de Zootecnia, 39(SUPPL. 1). https://doi.org/10.1590/S1516-35982010001300015.

Douglas, R. (1999). Circadian cortisol rhythmicity and Equine Cushing’s-like disease. Journal of Equine Veterinary Science, 19(11). https://doi.org/10.1016/s0737-0806(99)80111-7

Fam, A. L. P. D., Rocha, R. M. V. M., Pimpão, C. T., & Andrade Cruz, M. (2010). Alterações no leucograma de felinos domésticos (Felis catus) decorrentes de estresse agudo e crônico. Revista Acadêmica: Ciência Agrárias e Ambientais, 8(3), 299–306.

Fonseca, L. A. (2008). Avaliação hematológica, bioquímica e hormonal em equinos submetidos à atividade de policiamento sob influência da suplementação de vitamina E, selênio e cromo. Universidade Estadual Paulista.

Gonçalves, P. H. D., Figueiredo, J. R., Freitas, V. J. F., & Molento, C. F. M. (2008). Bioética e bem-estar animal aplicados as biotécnicas reprodutivas. In P. H. D. Gonçalves, J. R. Figueiredo, & V. J. F. Freitas (Eds.), Biotécnicas aplicadas a reprodução animal (Vol. 1). Editora Roca.

Gontijo, L. A., Cassou, F., Duarte, P. C., Lago, L. A., Alves, G. E. S., Melo, M. M., & Faleiros, R. R. (2018). Bem-estar em equinos do Jockey Club do Paraná: Indicadores clínicos, etológicos e ritmo circadiano do cortisol. Pesquisa Veterinária Brasileira, 38(9), 1272–1276. https://doi.org/10.1590/1678-5150-pvb-5313.

Harris, P., Snow, D. H., Greet, T. R. C., & Rossdale, P. D. (1990). Some factors influencing plasma AST/CK activities in Thoroughbred racehorses. Equine Veterinary Journal, 22(9 S). https://doi.org/10.1111/j.2042-3306.1990.tb04738.x.

Hart, K. A., & Barton, M. H. (2011). Adrenocortical insufficiency in horses and foals. In Veterinary Clinics of North America - Equine Practice (Vol. 27, Issue 1, pp. 19–34). https://doi.org/10.1016/j.cveq.2010.12.005.

Harvey, J. W. (2012). Veterinary hematology: A diagnostic guide and color atlas. Elsevier Saunders.

Hausberger, M., Roche, H., Henry, S., & Visser, E. K. (2008). A review of the human - Horse relationship. In Applied Animal Behaviour Science (Vol. 109, Issue 1). https://doi.org/10.1016/j.applanim.2007.04.015

Kingston, J. K. (2008). Hematologic and serum biochemical responses to exercise and training. In Equine Exercise Physiology: The science of exercise in the athletic horse. Ed: WB Saunders, London (pp. 398–422).

Kruljc, P., Čebulj-Kadunc, N., Frangež, R., & Svete, A. N. (2014). Changes in blood antioxidant, biochemical and haematological parameters in police horses on duty. Slovenian Veterinary Research, 51(3).

Leal, B. B., Alves, G. E. S., Douglas, R. H., Bringel, B., Young, R. J., Haddad, J. P. A., Viana, W. S., & Faleiros, R. R. (2011). Cortisol circadian rhythm ratio: A simple method to detect stressed horses at higher risk of colic? Journal of Equine Veterinary Science, 31(4). https://doi.org/10.1016/j.jevs.2011.02.005.

McGowan, C. (2013). Hyperadrenocorticism (Pituitary Pars Intermedia Dysfunction) in horses. Clinical Endocrinology of Companion Animals, 11, 100–114.

Merkies, K., & Franzin, O. (2021). Enhanced understanding of horse–Human interactions to optimize welfare. In Animals (Vol. 11, Issue 5, p. 1347). https://doi.org/10.3390/ani11051347.

Molento, C. F. M. (2008). Ensino de bem-estar animal nos cursos de medicina veterinária e zootecnia. Ciência Veterinária Nos Trópicos, 11(1), 6–12.

Moreira, D. O., Leme, F. O. P., Marques, M. M., Leão, N. F., Viana, W. S., Faleiros, R. R., & Alves, G. E. S. (2015). Concentrações de proteínas totais, glicose, cálcio, fósforo, lactato, ureia e creatinina em equinos de cavalaria militar antes e após trabalho de patrulhamento urbano. Ciência Animal Brasileira, 16(1). https://doi.org/10.1590/1089-6891v16i115233

Möstl, E., & Palme, R. (2002). Hormones as indicators of stress. Domestic Animal Endocrinology, 23(1–2). https://doi.org/10.1016/S0739-7240(02)00146-7.

Munsters, C. C. B. M., Van den Broek, J., Van Weeren, R., & Sloet Van Oldruitenborgh-Oosterbaan, M. M. (2013). The effects of transport, riot control training and night patrols on the workload and stress of mounted police horses. Applied Animal Behaviour Science, 143(1). https://doi.org/10.1016/j.applanim.2012.10.019.

Paciello, O., Pasolini, M. P., Navas, L., Russo, V., & Papparella, S. (2006). Myopathy with central cores in a foal. Veterinary Pathology, 43(4), 579–583. https://doi.org/10.1354/vp.43-4-579.

Pereira, F. B., Bezerra, L. R., Marques, C. A. T., Araújo, M. J., Costa Torreão, J. N., & Machado, L. P. (2015). Perfil hematológico de ovelhas santa inês suplementadas a pasto no terço final de gestação e no pós-parto. Ciencia Animal Brasileira, 16(3). https://doi.org/10.1590/1089-6891v16i327573.

Rivera, E. A. B. (2006). Estresse em animais de laboratório. In Animais de Laboratório: criação e experimentação. https://doi.org/10.7476/9788575413869.0031

Southwood, L. L. (2013). Practical guide to equine colic. In Practical Guide to Equine Colic. https://doi.org/10.1002/9781118704783.

Thiemann, A. B. (2015). International standards: The World Organisation for Animal Health Terrestrial Animal Health Code. OIE Revue Scientifique et Technique, 34(1). https://doi.org/10.20506/rst.34.1.2340.

Waller, C., Szabo, F., Hoppmann, U., Krause, S., Rottler, E., & Gündel, H. (2014). Hypocortisolism: A new view on coronary heart disease progression due to chronic stress. Psychosomatic Medicine, 76(3).

World Organisation for Animal Health. (2011). Terrestrial animal health code. In Terrestrial Animal Health Code: Vol. I.

e1711

Downloads

Publicado

19-12-2024

Edição

Seção

Medicina veterinária

Como Citar

1.
Ricarte SA, Lima MB de, Oliveira CES de, Nunes Neto OG, Minervino AHH, Sousa RS, et al. Estudo hormonal, bioquímico e hematológico de cavalos utilizados em patrulhamento policial em clima equatorial. Pubvet [Internet]. 19º de dezembro de 2024 [citado 22º de dezembro de 2024];19(01). Disponível em: https://ojs.pubvet.com.br/index.php/revista/article/view/3905