Leucemia linfocítica crônica em cão Shih-Tzu
Relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v18n04e1579Palavras-chave:
Canino jovem, linfoproliferativo neoplasia hematopoiéticaResumo
A Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) é definida como uma neoplasia de caráter maligno que se origina das células-tronco hematopoiéticas da medula óssea, em que os linfócitos encontrados na circulação são maduros e bem diferenciados. A doença é rara em cães e gatos e, quando ocorre, geralmente acomete animais idosos. Este trabalho apresenta um caso clínico atípico de um Shih-Tzu, de dois anos, diagnosticado com leucemia linfocítica crônica. A apresentação clínica do paciente incluiu sinais característicos de LLC, como linfocitose, linfoadenomegalia, esplenomegalia e hepatomegalia. Os sintomas observados foram prostração, cansaço, ofegante e aumento dos linfonodos mandibulares. Adicionalmente, anemia e trombocitopenia foram identificadas, alinhando-se aos padrões comuns em cães com LLC. O diagnóstico foi alcançado por meio de uma variedade de exames, incluindo ultrassonografia, radiografia, hemograma, bioquímica sérica, citologia e testes parasitológicos (4DX e leishmaniose). Contudo, a confirmação definitiva da LLC foi obtida pelo mielograma. Em resposta ao diagnóstico, a intervenção terapêutica seguiu o protocolo estabelecido na literatura, envolvendo a administração de clorambucil e prednisona. Os resultados dos tratamentos aplicados refletiram positivamente no paciente, demonstrando melhorias clínicas e estabilidade. O protocolo terapêutico adotado teve como objetivo controlar os sintomas e prolongar a vida do animal afetado. O objetivo deste estudo é contribuir para dados epidemiológicos, esclarecer o curso patogênico e buscar abordagens diagnósticas e terapêuticas mais eficazes para a LLC em cães. A investigação detalhada deste caso e a divulgação dos resultados buscam fornecer base sólida para futuras pesquisas, visando aprimorar a qualidade de vida dos cães afetados pela leucemia linfocítica crônica.
Referências
Abrantes, T. R., Werneck, G. L., Almeida, A. S., & Figueiredo, F. B. (2018). Fatores ambientais associados à ocorrência de leishmaniose visceral canina em uma área de recente introdução da doença no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 34, 1–12. https://doi.org/10.1590/0102-311X00021117.
Adam, F., Villiers, E., Watson, S., Coyne, K., & Blackwood, L. (2009). Clinical pathological and epidemiological assessment of morphologically and immunologically confirmed canine leukaemia. Veterinary and Comparative Oncology, 7(3). https://doi.org/10.1111/j.1476-5829.2009.00189.x.
Alencar, N. X., Meneses, A. M. C., Kohayagawa, A., Takahira, R. K., & Sequeira, J. L. (2008). Leucemia linfocítica crônica em cão: relato de caso. Revista Brasileira de Ciência Veterinária, 15(3). https://doi.org/10.4322/rbcv.2014.219.
Alves, M., Conti, L., Andrade Júnior, P., & Donatele, D. (2015). Leucemia viral felina: Revisão. PUBVET, 9(2), 86–100. https://doi.org/10.22256/pubvet.v9n2.86-100.
Bromberek, J. L., Rout, E. D., Agnew, M. R., Yoshimoto, J., Morley, P. S., & Avery, A. C. (2016). Breed Distribution and Clinical Characteristics of B Cell Chronic Lymphocytic Leukemia in Dogs. Journal of Veterinary Internal Medicine, 30(1). https://doi.org/10.1111/jvim.13814.
Comazzi, S., Gelain, M. E., Martini, V., Riondato, F., Miniscalco, B., Marconato, L., Stefanello, D., & Mortarino, M. (2011). Immunophenotype Predicts Survival Time in Dogs with Chronic Lymphocytic Leukemia. Journal of Veterinary Internal Medicine, 25(1). https://doi.org/10.1111/j.1939-1676.2010.0640.x.
Contreras, I. K., Machado, M. A., Otávio, C., Moreira, J., Oliveira, G. R., Clare, F., & Carvalho, G. (2019). Sinais clínicos apresentados por cães positivos para leishmaniose visceral no município de Vassouras, Rio de Janeiro. PUBVET, 13(a302), 1–6.
Cruppi, C. C. (2018). Leucemia linfocitica crônica em cães: revisão de literatura e relato de caso. Universidade Brasil.
Daleck, C. R., Fonseca, C. S., & Canola, J. C. (2016). Oncologia em cães e gatos. Roca.
Eichhorst, B., Robak, T., Montserrat, E., Ghia, P., Niemann, C. U., Kater, A. P., Gregor, M., Cymbalista, F., Buske, C., Hillmen, P., Hallek, M., & Mey, U. (2021). Chronic lymphocytic leukaemia: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment and follow-up. Annals of Oncology, 32(1). https://doi.org/10.1016/j.annonc.2020.09.019.
Ferraz, A., Pires, B. S., Santos, E. M., Evaristo, T. A., Castro, T. A., Dallmann, P. R. J., Nobre, M. O., & Nizoli, L. Q. (2019). Frequência de parasitos gastrintestinais, presentes em fezes de cães e gatos, analisadas no laboratório de doenças parasitárias da UFPEL, durante o ano de 2017. Science And Animal Health, 7(1), 41–53.
Fraga, H. E. J. (2006). Leucemia linfocítica crônica: uma breve revisão. Universidade Federal de Santa Maria.
Freitas, E. (2015). Manual Técnico de Leishmanioses Caninas-Leishmaniose Tegumentar Americana e Leishmaniose Visceral. CRMV-PR.
Fujino, Y., Sawamura, S., Kurakawa, N., Hisasue, M., Masuda, K., Ohno, K., & Tsujimoto, H. (2004). Treatment of chronic lymphocytic leukaemia in three dogs with melphalan and prednisolone. Journal of Small Animal Practice, 45(6). https://doi.org/10.1111/j.1748-5827.2004.tb00239.x.
Hamerschlak, N. (2008). Leucemias e linfomas. In Temas em psico-oncologia (Vol. 1). Sumus.
Hilário, W. F., & Hilário, L. S. M. (2021). Principais alterações hematológicas da Leucemia Linfocítica Aguda (LLA). Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação Em Saúde (PECIBES) ISSN - 2594-9888, 7(1). https://doi.org/10.55028/pecibes.v7i1.13323.
Laison, R., Shaw, J. J., Silveira, F. T., Braga, R. R., Ryan, L., Póvoa, M. M., & Ishihawa, E. A. Y. (1986). A Leishmania e as leishmanioses. In Instituto Evandro Chagas: 50 anos de contribuiçäo às ciências biológicas e à medicina tropical (pp. 83–124). Fundação Serviços de Saúde Pública.
Laurenti, M. D. (2010). Patologia e patogenia das leishmanioses. Universidade de São Paulo.
Martins, T. F. C. (2013). Análise da eficiência da PCR com identificação específica do agente etiológico para o diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina. Universidade de São Paulo.
Morris, J., & Dobson, J. M. (2001). Small animal oncology. Wiley Online Library.
Mothé, G. B., Silva, P. H. S., Campos, S. D. E., Nowosh, V., & Alencar, N. X. (2019). Linfocitose extrema associada à leucemia linfoblástica aguda (LLA) de células T em um cão jovem: Relato de caso. Revista Brasileira de Ciência Veterinária, 26(4). https://doi.org/10.4322/rbcv.2019.022.
Oliveira, C. F., Soares, T. O., Tenório, D. A., Farias, J. J. R., & Jesus, C. F. G. (2023). Leucemia linfocítica crônica em cão jovem: Relato de caso. PUBVET, 17(11), e1472. https://doi.org/10.31533/pubvet.v17n11e147.
Oliveira, I. M., Duarte, L. F. C. D., Pereira, L. E., & Damasceno, A. D. (2020). Leucemia linfoblástica aguda em felino: Relato de caso. PUBVET, 14(5), 1–6. https://doi.org/10.31533/pubvet.v14n5a561.1-6.
Queiroz, N. M. G. P., Assis, J., Oliveira, T. M. F. S., Machado, R. Z., Nunes, C. M., & Starke-Buzetti, W. A. (2010). Diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina pelas técnicas de imunoistoquímica e PCR em tecidos cutâneos em associação com a RIFI e ELISA-teste. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, 19(1), 32–38. https://doi.org/10.4322/rbpv.01901006.
Ovilla-Martínez, R., Cota-Rangel, X., & Báez-Islas, P. (2019). Tratamiento actual de la Leucemia Linfocitica Crónica. Revista Hematológica do México, 20(2).
Rolim, F., Carvalho, F. L. N., Bello, G. L., Gehlen, M., Halon, M. L., Lemos, R. R., & Barcellos, R. B. (2016). Leishmaniose visceral canina: detecção de DNA em soro por PCR em tempo real. Revista de Iniciação Científica da ULBRA, 14.
Sánchez-Solé, R., Pedreira, G., Venzal, J. M., Serdio, P. P., & Fonseca-Alves, C. E. (2022). The use of flow cytometry for diagnosis and immunophenotyping in chronic lymphocytic leukemia in a dog: Clinical case report. Open Veterinary Journal, 12(6). https://doi.org/10.5455/OVJ.2022.v12.i6.13.
Santos, I. F. C., Brombini, G. C., Tannus, F. I., Gomes, M. V. F., Reis, M. G., & Assis, A. C. G. (2016). Leucemia linfocítica B em cão jovem: Relato de caso. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR, 19(2). https://doi.org/10.25110/arqvet.v19i2.2016.5931.
Souza, M. B., Carvalho, R. W., Machado, R. N. M., & Wermelinger, E. D. (2009). Flebotomíneos de áreas com notificações de casos autóctones de leishmaniose visceral canina e leishmaniose tegumentar americana em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil. Revista Brasileira de Entomologia, 53(1), 147–150.
Thrall, M. A., Weiser, G., Allison, R. W., & Campbell, T. W. (2022). Veterinary hematology, clinical chemistry, and cytology. John Wiley & Sons.
Tilley, L. P., & Smith Junior, F. W. (2014). Consulta veterinária em 5 minutos. Manole Ltda.
Tobias, K. M., & Johnston, S. A. (2013). Veterinary surgery: small animal-E-BOOK. Elsevier Health Sciences.
Vail, D. M. (2007). Feline lymphoma and lymphoid leukemis. In S. J. Withrow & E. G. MacEwen (Eds.), Small animal clinical oncology (pp. 733–752). Sauders Elsevier.
Vail, D. M., Thamm, D. H., & Liptak, J. M. (2019). Withrow and MacEwen’s Small Animal Clinical Oncology-E-Book. Elsevier Health Sciences.
Williams, M. J., Avery, A. C., Lana, S. E., Hillers, K. R., Bachand, A. M., & Avery, P. R. (2008). Canine lymphoproliferative disease characterized by lymphocytosis: Immunophenotypic markers of prognosis. Journal of Veterinary Internal Medicine, 22(3). https://doi.org/10.1111/j.1939-1676.2008.0041.x.
Workman, H. C., & Vernau, W. (2003). Chronic lymphocytic leukemia in digs and cats: The veterinary perspectives. Small Animal Practice, 33(6), 1379–1399.
Yamamoto, M., & Figueiredo, V. L. P. (2005). Epidemiologia da leucemia linfocítica crônica e leucemia linfocítica crônica familiar. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, 27(4). https://doi.org/10.1590/s1516-84842005000400002.
Zachary, J. F., McGavin, D., & McGavin, M. D. (2012). Bases da patologia em veterinária. Elsevier Brasil.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Isabella Masson, Gracy Canto Gomes Marcello, Juliana Leitão Menezes, Ana Claudia Tavares Vieira, Suzana Martins Gomes Leite
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença. De acordo com os termos seguintes:
Atribuição
— Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso. Sem restrições adicionais
— Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
