Estudo retrospectivo e transversal dos casos de doença de Chagas aguda no Brasil de 2007 a 2018
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v14n10a671.1-9Palavras-chave:
açaí, Brasil, doença de Chagas, Trypanosoma cruziResumo
A doença de chagas é uma enfermidade negligenciada que é endêmica em 21 países da América do Sul. No Brasil, atualmente predominam os casos crônicos, porém, surtos de casos agudos têm ocorrido com considerável frequência. É causada por um protozoário flagelado denominado Trypanosoma cruzi e tem como vetor o triatomíneo popularmente conhecido como barbeiro. O objetivo deste trabalho foi descrever de forma retrospectiva os casos de doença de chagas aguda registrados no país no período entre os anos de 2007 e 2018. O trabalho foi desenvolvido através de pesquisa direta aos dados disponíveis na plataforma do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). As variáveis de estudo consideradas foram os tipos de transmissão, podendo ser classificadas como Ign/branco, transfusional, vetorial, vertical, acidental, oral ou outro. Os dados foram tabulados de acordo com o número de casos e a porcentagem correspondente, utilizando os programas Word e Excel, respectivamente. Como resultados, dos 2.646 casos totais, obteve-se a prevalência majoritária da região Norte do Brasil, com um total de 2.505 casos de doença de chagas aguda, correspondendo a 94,67% dos casos brasileiros. Logo após, encontra-se a região Nordeste, com 96 casos confirmados (3,63%). Na terceira posição está a região Centro-Oeste, com 34 casos (1,28%), seguida da região Sudeste, com 7 casos (0,26%) e Sul, com apenas 4 casos registrados correspondentes a 0,15%. O estudo apontou que, embora a via vetorial seja a mais popularmente conhecida, houve um considerável aumento da transmissão oral da doença, fato que pode ser explicado pelos hábitos alimentares de consumo de frutas e sucos tropicais, como o açaí e o caldo de cana. Isto indica que medidas devem ser tomadas, como um maior rigor na vigilância dos alimentos, além do controle do vetor. Além disso, ratifica-se a importância da existência de uma plataforma digital onde a população pode ter acesso a dados de saúde pública.
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