Análise do conhecimento de responsáveis de gatos domésticos sobre o ambiente dos felinos
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v17n12e1493Palavras-chave:
Bem-estar, comportamento felino, enriquecimento ambiental, gatosResumo
O presente estudo teve como objetivo verificar o conhecimento dos responsáveis de gatos sobre as necessidades ambientais felinas, organizadas em torno de cinco pilares para a obtenção de um ambiente felino saudável e a sua aplicação nas residências. A promoção dessas necessidades impacta diretamente na saúde e no bem-estar do gato, ao evitar o estresse ambiental. Um questionário foi elaborado pela plataforma Google Forms, contendo 35 perguntas, sendo 10 para estabelecer o perfil dos responsáveis, quantos gatos possuem, se conhecem e como conheceram os cinco pilares e se acreditam que promovem o bem-estar de seus gatos, além de cinco perguntas específicas referentes a cada pilar. O questionário foi compartilhado on-line durante o período de 18/06/2021 a 29/06/2021 e foram obtidas oitocentas respostas, sendo critério de inclusão no estudo ter, no mínimo, um gato. Segundo a pesquisa, 94% alegaram que seu ambiente promovia o bem-estar felino, entretanto apenas 34,1% relataram conhecer os cinco pilares do ambiente felino saudável. Em relação ao 1° pilar, 52,6% afirmaram que seus gatos possuíam um local seguro e privativo, embora não fosse individual. 59,9% dos locais seguros possuíam mais de uma entrada, possibilitando a saída do felino de uma situação ameaçadora. Referente ao 2° pilar, 32,9% relataram ter um recurso a mais do que o número de gatos e, quanto à localização dos recursos, 58,5% afirmaram dispor comedouros e bebedouros separadamente e 88,4% relataram separar a caixa de areia de todos os outros recursos. A respeito do 3° pilar, 81,1% alegaram que seus gatos brincam e 66,8% dos responsáveis afirmaram brincar diariamente com eles, embora 82,1% relataram não utilizar comedouros interativos, deixando de explorar o comportamento predatório do felino no momento da alimentação. Quanto ao 4° pilar, 64,6% alegaram iniciar as interações sociais com seus gatos, com alta frequência (91,1%) e alta intensidade (72,4%), enquanto 86,2% afirmaram acreditar que a frequência e intensidade dessas interações variam conforme a idade do felino. Referente ao 5° pilar, 90,7% alegaram acreditar que a interferência no senso olfativo dos gatos poderia acarretar em problemas de comportamento e de saúde. O conhecimento e manejo dos responsáveis se mostrou satisfatório, porém evidenciou-se a necessidade da disseminação de informação, especialmente pelos médicos veterinários, visto que os pilares citados possuem forte relação com a medicina veterinária preventiva.
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