Perfil epidemiológico de leishmaniose visceral humana no Brasil entre 2011-2020
DOI:
https://doi.org/10.31533/pubvet.v17n01a1329Palavras-chave:
Incidência, infecção, leishmaniose visceral, transmissãoResumo
O objetivo deste estudo foi realizar uma análise epidemiológica dos casos de Leishmaniose Visceral registrados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-DATASUS) no Brasil, no período compreendido entre os anos de 2011 e 2020. As variáveis verificadas foram: ano, região de notificação, sexo, faixa etária e evolução da doença. No período estudado foram registrados, no território brasileiro, 34.386 casos. O ano de 2017 se destacou com o maior número de casos: 4.462, e o de 2020, com o menor número: 1.908. Tais variações, revelaram ter relação com eventos globais climáticos e epidemiológicos. O ano de 2017 foi avaliado como o 3º ano mais quente da história pela Entidade Norte-Americana NOAA (National Oceanic Atmospheric Administration), tendo a literatura consultada apontado para relações de crescimento na incidência em eventos climáticos de alta de temperatura. O ano de 2020 foi o ano de deflagração da pandemia de COVID-19. Observou-se uma predominância de casos na região Nordeste (54,96%), seguida da região Sudeste (18,67%), Norte (18,05%), Centro-Oeste (8,01%) e Sul (0,31%). A variável sexo mostra uma predominância de incidência no sexo masculino de 65,08% e do feminino, de 34,91%, o que é compatível com a literatura. Outro parâmetro que permanece dentro da literatura é a faixa etária, onde a maior incidência na faixa de 1-4 anos foi de 23,77%, permanecendo uma doença que atinge severamente as crianças. Nesse período, foram registrados 2.498 óbitos e 23.994 curas. Concluiu-se que os percentuais encontrados estão de acordo com a literatura e que a doença mudou sua abrangência na região nordeste do país de cerca de 90% para 55% em duas décadas, sendo ainda a região mais afetada do país. A doença apresenta-se mais disseminada e urbana nos estudos atuais. Há novos e eficientes recursos multidisciplinares – farmacológicos, geográficos, climáticos e ambientais –que, continuados, ampliados e articulados, podem fortalecer o combate a esse sério agravo à saúde humana.
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