Zoonoses parasitárias associadas ao consumo de carne de peixe cru

Autores

  • GUILHERME CAMPOS TAVARES

DOI:

https://doi.org/10.22256/pubvet.v6n25.1416

Palavras-chave:

carne crua, controle, parasitos, peixes, zoonoses

Resumo

O Brasil é uma das maiores potências mundiais em piscicultura, com uma produção aqüicola e pesqueira alcançando volume superior a um milhão de toneladas em 2004. A produção aqüicola nacional vem crescendo em média 21,1% ao ano, superando estatisticamente outras atividades de importância nacional como a bovinocultura. Porém o consumo per capita é baixo, cerca de 6 kg ao ano devido ao alto custo do produto final e hábitos alimentares que valorizam o consumo da carne bovina. A carne de peixe constitui uma fonte protéica de alto valor biológico, além de ser avaliada nutricionalmente como benéfica à saúde humana por ser fonte importante de aminoácidos essenciais, vitaminas, minerais e ácidos graxos. O peixe pode ser comercializado na forma in natura, refrigerado ou congelado, sendo a primeira a mais freqüente. A inspeção do produto ao ser comercializado deve ser criteriosamente observada, avaliando características organolépticas e presença de parasitos incrustados na carne. Os peixes quando cultivados, assim como os pescados, estão submetidos a fatores que levam ao estresse e, como conseqüência, podem surgir doenças concomitantes, especialmente doenças parasitárias, que constituem risco à saúde pública já que alguns desses parasitas provocam zoonoses. O aumento da incidência das zoonoses parasitárias está associado ao consumo da carne de peixe cru ou insuficientemente cozido, assim como hábitos alimentares que favoreçam a ingestão desse tipo de carne, como o “sushi” e o “sashimi” da cultura oriental. As principais zoonoses parasitárias transmissíveis pelo consumo inadequado de carne de peixe são a anisaquíase, eustrongilíase, a capilaríase, a fagicolose, a clonorquíase e a difilobotríase. Poucos são os relatos dessas parasitoses em humanos no Brasil, provavelmente pela falta de diagnóstico e não pela ausência das doenças no país. A inspeção sanitária de produtos oriundos do pescado ainda é escassa e estudos referentes à importância dos parasitas de peixes no país são reduzidos. Dessa forma, a melhor recomendação preventiva seria a abstinência do consumo da carne de peixe cru ou não cozida adequadamente, porém existem outras medidas profiláticas como o tratamento térmico, cocção, por exemplo, que seria capaz de eliminar a atividade parasitária tanto na forma adulta quanto larval, e o congelamento a -20ºC pelo período de sete dias, ou a -35ºC por período não inferior a quinze horas, também é descrito como eficaz na eliminação desses agentes parasitários. Autoridades sanitárias, piscicultores e médicos veterinários devem buscar maior controle no que diz respeito às enfermidades de peixes de caráter zoonótico, desde a produção até a comercialização do pescado, para diminuir as taxas de morbidade e mortalidade das criações, melhorar a qualidade do pescado destinado aos consumidores, evitando, por medida profilática, a propagação das zoonoses transmissíveis por peixes.

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Publicado

20-09-2016

Edição

Seção

Medicina veterinária

Como Citar

1.
GUILHERME CAMPOS TAVARES. Zoonoses parasitárias associadas ao consumo de carne de peixe cru. Pubvet [Internet]. 20º de setembro de 2016 [citado 23º de dezembro de 2024];6(25). Disponível em: https://ojs.pubvet.com.br/index.php/revista/article/view/1988