Uso do cetoconazol no tratamento e controle das alterações clínicas e hematológicas de hiperadrenocorticismo canino: Relato de Caso

Autores

  • Natália da Costa Sousa da costa Faculdade Terra Nordeste
  • Tiago Montezuma Mendes Pereira Faculdade Terra Nordeste
  • Michelle Costa e Silva Faculdade Terra Nordeste
  • Cynthia Levi Baratta Monteiro Faculdade Terra Nordeste
  • Antonio Cavalcante Mota Filho Faculdade Terra Nordeste
  • Raimundo Diones Carneiro Faculdade Terra Nordeste

DOI:

https://doi.org/10.22256/pubvet.v12n3a55.1-10%20

Palavras-chave:

canino, cetoconazol, hiperadrenocorticismo

Resumo

O hiperadrenocorticismo (HAC), conhecido também como Síndrome de Cushing, é uma enfermidade que se manifesta por uma série de alterações clinicas e anormalidades multissistêmicas resultantes da maior exposição crônica a glicocorticóides secretados pelas adrenais ou administração excessiva deste hormônio. Duas diferentes categorias de medicamentos são usadas atualmente no tratamento do HAC: inibidores da esteroidogênese e moduladores da secreção de ACTH. Entre os fármacos inibidores de esteroidogênese o mais indicado na prática pelos médicos veterinários é o trilostano. No entanto, devido seu alto custo há a necessidade de se estudar fármacos que possam ter ação sistêmica no controle das alterações clínicas e hematológicas do HAC. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo avaliar o uso de cetoconazol como fármaco de eleição no tratamento e controle das alterações clínicas e hematológicas do hiperadrenocorticismo canino. Foi atendida na Policlínica Veterinária Metropolitana de Caucaia - HVM uma cadela, da raça Poodle, com 8 anos de idade, com diagnóstico de hiperadrenocorticismo. A tutora relatou que a cadela estava a 4 meses sem fazer uso do Trilostano por não ter condições financeiras de manter o tratamento, o que piorou significativamente os sinais clínicos anteriormente apresentados: polidipsia, poliúria, polifagia, pele hiperpigmentada e com lesões, alopecia simétrica, telangiectasia, abdome pendular, fraqueza muscular nas regiões dos membros pélvicos. Constatou-se visualmente a dispneia e na ausculta cardíaca foi detectada taquicardia. Foram então solicitados exames laboratoriais, ultrassonográficos e avaliação cardiológica (eletrocardiograma e ecocardiograma). Diante das alterações nos resultados dos exames o médico veterinário sugeriu a utilização de Cetoconazol com a dose inicial de 5mg/kg/VO/BID por 7 dias e silimarina 180mg/VO/SID.com a finalidade de controlar os sintomas clínicos da paciente e as alterações observadas nos exames realizados. Após esse período foi observada melhora significativa quanto às alterações hematológicas e bioquímicas da paciente, no entanto clinicamente o animal apresentou piora, apresentando vômitos frequentes e inapetência. Diante do exposto, pode-se concluir que o uso de cetoconazol no tratamento de pacientes com HAC canino deve ser utilizado apenas como tratamento adjuvante, visto que apesar de apresentar melhora significativa das alterações hematológicas e bioquímicas relacionadas ao distúrbio endócrino não proporciona melhora dos sintomas clínicos.

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Publicado

02-03-2018

Edição

Seção

Medicina veterinária

Como Citar

Uso do cetoconazol no tratamento e controle das alterações clínicas e hematológicas de hiperadrenocorticismo canino: Relato de Caso. (2018). Pubvet, 12(03). https://doi.org/10.22256/pubvet.v12n3a55.1-10

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