O adestramento positivo como tratamento em cães com distúrbios comportamentais de ansiedade: Relato de casos

Resumo

A interação entre as espécies humana e canina apresenta-se cada vez mais crescente e nela observa-se uma forte vinculação entre ambas as espécies. Essa relação, além de trazer benefícios, pode também trazer malefícios e prejudicar o bem-estar animal. Os problemas comportamentais são causados por uma série de fatores cuja raiz encontra-se nas interações com o tutor e falta de conhecimento acerca da espécie canina e suas necessidades, que afetam diretamente a qualidade de vida do animal e fragilizam a relação homem-cão. Neste sentido, o presente estudo tem por objetivo perceber o adestramento positivo em cães para além dos comandos básicos, compreendendo-o como uma forma de conscientização e educação da família acerca das reais necessidades da espécie canina, promovendo o bem-estar, tornando-se uma maneira efetiva no tratamento de distúrbios comportamentais de ansiedade. Na metodologia foram utilizadas avaliações comportamentais e técnicas de adestramento positivo de forma sistemática, juntamente da tríade família-animal-ambiente, visando diminuir e modificar os comportamentos indesejados dos animais. Os resultados foram positivos, posto que os animais responderam bem aos exercícios propostos, sendo a maior dificuldade o engajamento do tutor na terapia comportamental, bem como o comprometimento na responsabilidade da educação animal diária; nota-se que o proprietário representa tanto o elemento provocador do problema quanto o agente terapêutico. Pode-se concluir com este trabalho que o adestramento positivo em cães é bastante eficaz no tratamento de distúrbios comportamentais de ansiedade, por promover o bem-estar, uma relação saudável dos animais com seus tutores, com o ambiente que os cercam e a interação com outras pessoas e animais. Por ser um tratamento comportamental é necessário tempo de execução para a obtenção de resultados duradouros. No entanto, são necessárias a conscientização e educação também da família com relação ao respeito dos comportamentos caninos, suas necessidades, temperamentos, a fim de que não haja nas relações a presença de estresse que possa desencadear os distúrbios de ansiedade.